Para tentar se retratar da polêmica criada com o Banco do Brasil por uma declaração durante sua apresentação como novo treinador da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari acabou cometendo outra gafe nesta sexta-feira. Ao elogiar a instituição financeira durante entrevista oficial da Fifa, com todos os técnicos da Copa das Confederações presentes, Felipão não percebeu que fazia propaganda involuntária ao concorrente de um dos patrocinadores do torneio: o banco Itaú.

Com o logo do Itaú preso no painel logo atrás da cadeira onde estava sentado na sala de imprensa montada em um hotel em São Paulo, Felipão rasgou elogios ao Banco do Brasil, se declarando cliente há anos.

“Eu sempre faço uma colocação simplória, tranquila, não é para agredir ninguém. Quando falei da pressão, depois daquilo foi um inferno dizendo que eu tinha agredido uma classe. Já conversei com o presidente do banco, pedi as desculpas necessárias. Foram muito bem aceitas. Peço então desculpas publicamente à classe que eu não tive intenção de ofender, até porque trabalho há 30 anos com esse banco. Uso ele sempre que preciso mandar remessas para o exterior”, afirmou.

O treinador entrou no assunto sem ser questionado. Ele havia acabado de responder a uma pergunta que pedia para comentar uma declaração feita pelo ex-atacante Ronaldo, que afirmou no dia anterior que o futebol brasileiro vive um dos seus piores momentos na história. “Não sei a que momento Ronaldo se referiu: se é chutar a bola, sentar para almoçar, não sei, tem que perguntar para ele”.

A situação se agrava ainda mais já que o Itaú, além de ser patrocinador local da Copa das Confederações, é um dos patrocinadores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), nova empregadora de Scolari. O Terra tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa do Banco Itaú, mas até a publicação desta reportagem não havia obtido resposta.

Polêmica

A polêmica de Felipão com os bancários começou após o técnico ser questionado se a pressão poderia influenciar os jogadores por disputar uma Copa do Mundo dentro de casa. “Se não tiver pressão para quem joga futebol, é melhor trabalhar no Banco do Brasil, ali na esquina, sentar no escritório e não fazer nada”, disse Scolari, que rapidamente foi rebatido pela instituição financeira. Mais tarde, o próprio banco emitiu uma nota oficial afirmando que Felipão conversou com o presidente Aldemir Benfini e se retratou formalmente.