O sobe e desce da polícia não intimidava a vendedora, que com mais alguns colegas seguia conversando com os moradores da Rocinha oferecendo TV por assinatura em pleno domingo.

“Acordei às quatro da manhã pra acompanhar a ocupação pela TV. Quando deu oito horas e eu vi que estava tudo tranquilo, vim aqui para vender”, contou.

Não foi por acaso: ela já tinha experiência no complexo do Alemão, onde também vendeu TV por assinatura via satélite para os moradores logo depois da ocupação.

“Quando a polícia entra, logo começa a cair o ‘gatonet’ e aí o pessoal que não quer ficar sem TV apela para a gente. Já vendi cinco assinaturas hoje”, comemora.

‘Gatonet’ é o apelido dado nas favelas à venda irregular do sinal das TVs pagas que costuma ser captado direto dos satélites e redistribuído no emaranhado de cabos e fios que é uma das marcas registradas das grandes favelas.

Quando a polícia entra, cabos irregulares acabam cortados e diversos “operadores” saem do negócio, temendo punições.