Sem manutenção, banheiros públicos em Três Lagoas viram abrigo para andarilhos

Três-lagoense relata situação penosa para utilizar banheiro público na Lagoa Maior e na Praça Central. No primeiro há andarilhos morando. Na Praça Senador Ramez Tebet, o pequeno número de banheiros químicos e a alta rotatividade de uso, tornam a “visita” insuportável para alguns.

Lagoa Maior

O único banheiro na orla da Lagoa Maior, ao lado da antiga quadra de esportes, andarilhos transformaram-no em moradia. Segundo o mecânico Nilton Cezar, a situação piorou de três anos para cá.

“Há 15 anos venho correr na orla da Lagoa todos os dias. O banheiro está nesse caos há uns três anos. Andarilhos vão embora e logo chegam outros. Do jeito que eles deixam o banheiro, é impossível utilizá-lo”, alegou Cezar.

As crianças que brincam no parquinho da Lagoa, distante cerca de 500 metros do banheiro público local, normalmente usam os do Shopping Popular – que fica defronte ao espaço infantil.

Para a auxiliar de padaria e avó, Célia Moreira da Silva, trazer a neta para brincar ali requer cuidados e conhecimento.

“Como trago minha neta aqui faz tempo, já tomei conhecimento de que ali, na calçada de frente ao parquinho, há torneira em uma caixa interna. Quando a menina chupa picolé, vou até lá, tiro a tampa de cimento e lavo a mão dela”, contou.

A funcionária da empresa terceirizada, responsável pela limpeza do banheiro, “Ana”, explicou que o fluxo de andarilhos aumentou. Ela acredita que as indústrias em construção na Cidade sejam o motivo principal.

“Eles vêm à procura de emprego. Como o albergue só os aloja por três dias, a opção que eles encontram é passar a viver nesse banheiro. Chegam a cozinhar lá dentro. Tenho medo até de fazer a limpeza”, relatou.

Banheiros químicos na Praça

Instalação de banheiros químicos foi a solução encontrada pela Prefeitura Municipal para atender à população, enquanto o banheiro da Praça Senador Ramez Tebet passa por reforma. Ao todo, são seis unidades – três para cada sexo – fixadas ao lado do banheiro original.

No entanto, com alta rotatividade de uso, os locais são alvos de reclamações constantes. “Nessa sujeira e fedor não dá para usar!” Reclama uma adolescente, que sai correndo em seguida.

Começada há duas semanas, a obra levará cerca de dois meses para ser concluída. De acordo com o pedreiro que trabalhava no local, com a reforma, o banheiro da Praça ganhará WC especial para cadeirantes, um masculino e outro feminino.

“Da estrutura original manteremos os três vasos sanitários, com as devidas divisórias, tanto no “dos homens” quanto no “das mulheres”. A mais mesmo só os banheiros para os cadeirantes”, informou o funcionário.

“Na hora da necessidade a gente usa o que acha pela frente”, afirmou o aposentado José Rodrigues, referindo-se que as pessoas possam estar sendo muito exigentes quanto a limpeza do local.