Seis em cada dez empresas de construção civil reclamam da falta de mão de obra especializada no setor, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (31) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) com base no levantamento do último trimestre do ano passado – que compreende os meses de outubro a dezembro.

Com isso, o indicador que mede a produção da indústria caiu de 52 para 51 pontos, apesar de ainda se situar acima dos 50 pontos – o que indica expansão do setor. Apesar da perda de ritmo da economia, para este ano também há uma perspectiva otimista, com os empresários da construção de olho nas obras para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

No período, 68% das empresas apontaram a falta de trabalhadores como o maior problema na indústria de construção. A queixa é maior entre as grandes companhias, sendo que 85,4% destas apontaram este como o principal problema que impediu um crescimento maior do setor.

Segundo Renato Fonseca, gerente da pesquisa da CNI, a falta de mão de obra reflete um período em que a construção civil sofreu com poucos investimentos no setor.

– Conforme a indústria vai parando, os profissionais qualificados vão mudando de emprego. E isso é difícil de repor já que os trabalhadores qualificados se recolocaram em outras áreas e ainda não há novas pessoas qualificadas para contratar.

No ano de 2008, no auge da crise, o setor da indústria foi um dos mais prejudicados com a diminuição do consumo por parte dos brasileiros.

Na ocasião, o governo lançou uma série de medidas para manter a construção civil aquecida, que envolveu desde a redução dos impostos, como o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) com o lançamento de programa de incentivo à habitação, ou o Minha Casa, Minha Vida, voltado à população de baixa renda.