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Rotatividade de trabalhadores de baixa renda pode afetar nova classe média

Dados analisados pela SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) da Presidência da República mostram que os trabalhadores formais com renda até dois salários mínimos (atualmente R$ 1.090) estão mais expostos à rotatividade no emprego do que o conjunto da força de trabalho no Brasil e do que outros de diferentes faixas salariais. Conforme estudo com dados […]
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Dados analisados pela SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) da Presidência da República mostram que os trabalhadores formais com renda até dois salários mínimos (atualmente R$ 1.090) estão mais expostos à rotatividade no emprego do que o conjunto da força de trabalho no Brasil e do que outros de diferentes faixas salariais.

Conforme estudo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego), a taxa de rotatividade no Brasil em 2010 foi 40%, enquanto entre os trabalhadores com até dois salários mínimos foi 57%. A análise da SAE destaca que a rotatividade é causada principalmente pelos pedidos de dispensa dos próprios empregados.

“Essa população está sobrerrepresentada nas demissões a pedido, quem está nas faixas salariais maiores não está pedindo tanta demissão assim”, diz a economista Diana Grosner, da Secretaria de Ações Estratégicas da SAE. Ela lembra que há grande proporção de demitidos entre os trabalhadores de baixa renda.

Conforme a série do Caged analisada pela SAE, a participação dos trabalhadores de baixa renda no total de demissões a pedido cresceu de um terço, em meados de 1999, para quase 85% em 2010. Nesse período, aumentou em 16 milhões o número de trabalhadores que recebem até dois salários mínimos.

Grosner admite que a alta no pedido de demissões pode estar relacionada ao bom momento da economia em 2010. “A pessoa saía também porque achava que ia conseguir coisa melhor”, considera.

O fenômeno, no entanto, não deixa de preocupar o governo. “A entrada dessas pessoas no mercado formal foi um grande avanço, sem dúvida, mas agora está na hora de dar um segundo empurrão. A situação das pessoas precisa melhorar, elas precisam ter uma estabilidade no emprego”, avalia a economista.

A alta rotatividade pode colocar em risco a manutenção das pessoas na faixa acima da pobreza, notadamente o estrato emergente da chamada nova classe média (com renda familiar per capita acima de R$ 250 até R$ 1.000) que, em 11 anos, aumentou em 31 milhões de pessoas. “É quem está no limite de retornar à pobreza”, diz Alessandra Ninis, assessora técnica da Secretaria de Ações Estratégicas.

Para o ministro-chefe da SAE, Moreira Franco, a alta rotatividade conspira contra a ascensão social dos trabalhadores porque impede a capacitação e o aumento na remuneração. “Quem está trabalhando precisa se qualificar e sua qualificação é de interesse do próprio trabalhador, da empresa na qual trabalha e do governo”, escreveu em artigo publicado em um jornal carioca.

A falta de qualificação alimenta a alta rotatividade, acrescenta Diana Grosner. “São as pessoas que têm qualificação mais baixa. Para o mercado, é mais fácil trocar essa pessoa. É mais fácil perder uma pessoa que não tem qualificação do que perder uma pessoa qualificada”, ressalta.

Além dos riscos sociais, a possibilidade de estagnação ou eventual revés na ascensão dos trabalhadores de baixa renda pode trazer forte impacto econômico. Nos cálculos da SAE, a nova classe média representa 47% do consumo no país.

O governo instituiu uma comissão de intelectuais e pesquisadores para estudar o comportamento da nova classe média. Desde outubro, a SAE também discute com os ministérios do Trabalho e Emprego, da Previdência Social e Fazenda medidas a serem adotadas em 2012 para incentivar a permanência dos trabalhadores no emprego.

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