Após fechar 2010 com bom preço, aumento do consumo global e safra menos produtiva devem alavancar grão este ano no Paraná

O ano de 2011 deve permanecer favorável aos produtores de café paranaense. Desde maio do ano passado o preço da saca de 60 quilos do café beneficiado está subindo de forma considerável, atingindo o valor de R$ 284,45 em dezembro, um aumento de 25% comparado à maio.

Apesar deste ano ser a chamada ”safra ano não” (com menor produtividade), a expectativa é que o valor eleve ainda mais ou pelo menos permaneça nesse patamar.

Segundo o Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab/Deral), a safra de 2011 do Estado deve ficar entre 1,6 e 1,8 milhão de sacas, e no Brasil de 40 a 44 milhões de sacas.

No ano passado, o Paraná fechou com uma produção de 2,28 milhões de sacas e o Brasil 48 milhões. ”Depois de sete anos seguidos com preços ruins, encerramos 2010 com um valor interessante.

A produção está estabilizada e o consumo mundial aumentando a cada ano, o que acaba favorecendo o produtor”, explica Paulo Franzini, gerente do Deral de Apucarana e coordenador estadual da Câmara Setorial do Café.

A resposta para a melhora nos preços envolve ainda outros fatores. O corretor de café Marcos Aurélio Bacceti explica que não se investiu tanto no grão pois os preços estavam insatisfatórios, o que diminuiu o volume da safra.

”Mas o mercado está promissor para este ano. Inclusive, o Paraná sofre uma situação atípica neste período, com chuvas abundantes e calor, o que favorece a produção”, aponta Bacceti.

E mesmo com a procura mais elevada pelo grão, o produtor não pode deixar de oferecer qualidade aos seus clientes. Os preços pagos por um café de qualidade inferior ou superior é gritante. ”O valor pago por um café ruim é de R$ 200 a R$ 220.

Já um bom chega a R$ 400”, salienta Paulo Franzini. Já o corretor Marcos Aurélio comenta que o café cereja descascado já atingiu o valor de R$ 462 a saca.

”O produtor tem que trabalhar legal, tentar se superar ao máximo e colher na época certa”, orienta.

O gerente do Deral ressalta que os produtores do grão devem ficar atentos a dois aspectos: manter uma lavoura renovada que garanta alta produtividade e preocupar-se com a qualidade do café produzido. ”A diferença é muito grande entre o grão de ruim e boa qualidade.

Vale dizer que o Paraná é um importador de café. Temos um deficit no mercado, pois consumimos entre 3 e 3,5 milhões de sacas anualmente”, finaliza Franzini.