Clientes encontraram bancos fechados e reclamaram: “A gente corre pra deixar as contas em dia, mas chega no Banco e tá fechado”, disse Manoel de Oliveira (Foto). Bancários se reúnem logo mais para definir rumos da greve.

Na manhã desta terça-feira, clientes das Agências Bancárias, que precisavam honrar compromissos financeiros, foram surpreendidos ao encontrar os locais fechados. “A gente corre pra deixar as contas em dia, mas chega no Banco e tá fechado! E aí, quem vai pagar pelos juros?, questionou Manoel José de Oliveira, de 63 anos.

O aposentado foi até o Banco do Brasil, na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua de Maio, em Campo Grande. Para calcular a fatura já vencida, o aposentado precisava entrar na Agência. Interrogado sobre o que tinha a dizer da greve dos funcionários do setor, não pensou duas vezes. “Eles têm sim o direito de tentar melhorar os salários, mas não podem fechar os Bancos. O pessoal tem que discutir, se reunir com Sindicatos e trabalhadores, mas não atrapalhar a vida das pessoas”, completou.

Com o fechamento dos Bancos, a saída era usar os Caixas Eletrônicos. “Resolvi o que precisava no auto-atendimento. Na verdade, não uso muito os Bancos, mas sei que a greve prejudica bastante quem usa direto os serviços bancários”, comentou Tânia Mara Cesareti.

Outra pessoa que enfrentou problemas nesta manhã foi Anilda de Oliveira. A dona de casa foi pagar uma fatura que vencia hoje, mas não sabia da greve. “Agora nem sei o que fazer. E ninguém informou nada sobre isso. Claro que atrapalha a gente”.

De acordo com a representante do Sindicato da categoria, os funcionários informaram a população por meio de cartazes, faixas e comunicados à imprensa sobre a paralisação. “Até agora, não tivemos muitas reclamações de usuários. E hoje também é um dia de pouco movimento, então não teremos grandes problemas”, avaliou Iaci Azamor Torres, do Sindicato que representa Bancos de Campo Grande e região.

Em frente à Caixa Econômica Federal, mesmo com as reclamações, movimentação também aparentemente tranquila. Porém, encontramos uma jovem que ficou muito preocupada ao encontrar o local fechado. “A empresa me liberou hoje pra resolver o problema no meu PIS, para me registrar no novo emprego. Mas não tem como fazer no Caixa Eletrônico, tem que ser lá dentro”, disse Jéssica Aparecida de Oliveira.

“Acho a greve importante para os trabalhadores, mas eles tinham que atender pelo menos parcialmente as situações mais urgentes das pessoas”. Essa foi a observação de Marcos Socorro, tio da secretária, que teve que voltar para casa com a carteira de trabalho sem resolver o seu problema.

Perto dali, em frente ao Bradesco, estava Paulo Eduardo Oliveira, vendedor autônomo que foi pagar uma fatura que vence exatamente hoje. “Isso prejudica demais a população. Eu ainda tinha que descontar um cheque também, mas agora complicou hein”.

Ainda no mesmo local, alguém que entende a manifestação e não critica a greve do setor. Logo depois de pagar uma duplicata no Caixa Eletrônico, Lourenço Sanches falou sobre o assunto. “Os banqueiros ganham muito dinheiro, mas os funcionários não. Eles estão certo em reivindicar melhores salários, tem que valorizar esse pessoal também”. E olha que o produtor rural já teve grandes complicações há dois anos, quando, em outro movimento grevista, teve

que pagar juros das faturas vencidas. Mas garante que não foi no Bradesco e sim no Banco Rural.

De acordo com o Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região, ao menos 30 das 100 agências estão fechadas por conta da greve dos bancos que começou hoje (27) em Campo Grande e em outras cidades de Mato Grosso do Sul. Além da Capital, 25 municípios que também compreendem a área do Sindicato estão aderindo à paralisação, além do restante do Estado, que é representado por mais cinco entidades sindicais. Linkar notícias relacionada