Conselho afirma que mais de 250 pessoas morreram em dois dias, às vésperas da chegada de monitores da Liga Árabe.

Membros da oposição Síria fizeram nesta quarta-feira um apelo à Liga Árabe e ao Conselho de Segurança da ONU, pedindo ações para proteger os civis.

Em meio a relatos de recrudescimento da violência no país, o Conselho Nacional Sírio (o principal grupo que reúne a oposição local) afirma que mais de 250 pessoas morreram apenas nos últimos dois dias.

O pedido de ajuda foi feito no momento em que a Liga Árabe se prepara para enviar, na quinta-feira, um grupo de observadores à Síria para discutir o fim da violência.

O Conselho afirmou que gostaria que a ONU criasse “zonas protegidas” em áreas sob ataque do governo.

A França, que é membro permanente do Conselho de Segurança, apoiou o pedido.

“Houve um massacre de proporções sem precedentes na Síria nesta terça-feira”, disse o porta-voz da chancelaria francesa, Bernard Valero.

“O Conselho de Segurança precisa urgentemente aprovar uma resolução que peça o fim da repressão síria.”

Massacre

De acordo com a organização Observatório Sírio de Direito Humanos, as forças de segurança vêm promovendo um “massacre organizado” in Idlib, uma província próxima à fronteira com a Turquia.

O Exército teria matado ao menos 110 pessoas na terça-feira, segundo a ONG. A maioria dos mortos seriam militares do vilarejo de Kansafra, que abandonaram as forças armadas para se juntar às manifestações contra o presidente Bashar al-Assad.

Já na segunda-feira, até 70 desertores do exército foram assassinados quando tentavam fugir de uma base nas proximidades.

O correspondente da BBC Jim Muir, que acompanha a situação do vizinho Líbano, afirma que pode não ser uma coincidência esse aumento da violência às vésperas da chegada dos monitores da Liga Árabe.

Muir afirma que as autoridades sírias podem estar “querendo terminar o que começaram”, antes da comissão chegar e que relatos sugerem que o governo está focando principalmente em desertores do Exército e em civis presos em um vale no país.

Damasco rebate as acusações de estar promovendo uma repressão violenta e afirma que está apenas combatendo grupos terroristas, que querem desestabilizar o país.

Os protestos contra o governo sírio, que já duram nove meses, deixaram mais de 5 mil mortos.