A OMS (Organização Mundial da Saúde) decidiu revisar as condições de segurança da contra a gripe H1N1, conhecida popularmente como suína, produzida pelo laboratório GlaxoSmithKline (GSK). Um estudo feito na Finlândia sugere que crianças e adolescentes que tomaram a dose têm nove vezes mais chances de sofrer de narcolepsia, uma distúrbio que provoca episódios incontroláveis de sono e faz com que a pessoa durma sem motivo durante várias vezes ao dia.

O Instituto Nacional de Saúde e Bem-estar da Finlândia começou uma investigação sobre o assunto em agosto do ano passado, depois que o problema foi detectado em 17 crianças finlandesas que tomaram a vacina.

O estudo identificou 60 casos de narcolepsia em crianças e adolescentes com idades entre quatro e 19 anos, dos quais 52 (quase 90%) haviam recebido a vacina da GSK. Os pesquisadores dizem que a “associação observada é tão evidente que é pouco provável que outros fatores possam explicar plenamente o fenômeno”.

– Com base nas análises preliminares, o risco de contrair narcolepsia em indivíduos entre quatro e 19 anos que foram vacinadas se multiplicou por nove, em comparação com os que não receberam a vacina.

Para o instituto, a causa mais provável do fenômeno é o efeito conjunto da vacina com algum outro fator, por isso nos próximos meses serão realizadas novas pesquisas de caráter epidemiológico, imunológico e genético.

Suécia e Islândia também detectaram aumento anormal de casos de narcolepsia infantil possivelmente relacionado à vacina.

A OMS informou que está analisando os casos e que um comunicado sobre a relação entre a vacina e a narcolepsia deve ser publicado no site da organização nos próximos dias. De acordo com a instituição, esse distúrbio nunca foi relacionado a qualquer vacina contra a gripe. A GSK disse estar ciente do estudo, mas que é muito cedo para tirar conclusões sobre o assunto.

O laboratório informa que mais de 32 milhões de doses de sua vacina, chamada Pandemrix, foram aplicadas em 47 países. A companhia diz ter recebido um total de 162 registros de narcolepsia até esta segunda-feira (31), sendo que 70% dos casos estavam concentrados na Finlândia e na Suécia.