Celebração foi uma das primeiras ocorridas na mesquita construída recentemente em Ponta Porã pelo Centro Islâmico da fronteira.
A comunidade islâmica da fronteira promoveu uma celebração especial para marcar a chegada do Ashoura, um período no qual se celebra o martírio de Hussein e seus familiares. A celebração especial ocorreu no sábado e vai durar 10 dias.
A data é celebrada pelos muçulmanos do mundo todo. São 14 séculos de tradição de uma celebração que visa relembrar o sacrifício de Hussein, neto do Profeta Mohamed, ou Maomé, morto na Batalha de Karbala, no Iraque.
A celebração é feita com a maioria das pessoas vestindo roupas pretas, simbolizando o luto pela morte de Hussein e seus familiares na Batalha de Karbala. Em Ponta Porã a celebração contou com a presença especial de um grande líder religioso, o Sheik Mohamed Al Kalil, que veio de Foz do Iguaçu especialmente para o evento. A mesquita foi especialmente decorada para a celebração, com os tons pretos se destacando.
“Hussein lutou não apenas contra um governo tirano e injusto. A luta dele simboliza o enfrentamento à opressão, à injustiça. Esta luta na verdade é constante e deve permear a conduta das pessoas nos dias de hoje. Independentemente da religião escolhida. Para nós, islâmicos, esta data é marcada por celebrações, que nos deixam mais perto de Deus”, afirmou Mohamed Al Kalil. “Se não fosse Hussein, a religião islâmica não seria mantida em sua pureza e autenticidade”, declarou Hussein Farhat, que auxiliou o Sheik na celebração.
A celebração começou com a leitura de um trecho do Alcorão, o livro sagrado dos islâmicos, correspondente à Bíblia para os cristãos.
A maior parte da celebração foi realizada na língua árabe. Nela o sheik relembra o martírio de Hussein, enaltecendo sua luta contra a tirania e a opressão. No momento em que destacou a luta do neto do Profeta contra a injustiça, citou também líderes da religião cristã como Moises e Jesus Cristo. “A exemplo de Hussein, todos eles lutaram contra a injustiça e a tirania. Por isso merecem ter seus atos enaltecidos pela humanidade”, enfatizou.
O Sheik também repassou conceitos a respeito dos valores, especialmente éticos, que devem nortear a conduta das pessoas na sociedade.
A celebração foi uma das primeiras que reuniu a comunidade islâmica da fronteira na mesquita recentemente construída em Ponta Porã pelo Centro Islâmico da Fronteira. Na região acredita-se que existem mais de 300 famílias árabes estabelecidas tanto em Ponta Porã quanto em Pedro Juan Caballero. A maioria veio do Líbano.