O deputado estadual Marcos Trad (PMDB) explicou a intervenção no movimento de moradores e comerciantes que reclamaram da instalação de uma unidade de semiliberdade no centro de Campo Grande, próximo ao Mercadão Municipal. Segundo ele, a decisão de ir ao local foi tomada após lideranças terem procurado o gabinete do parlamentar buscando apoio para fazer o Governo do Estado mudar de ideia.

Marquinhos foi duramente criticado pelo primo e presidente da Câmara de Vereadores de Campo Grande, Paulo Siufi (PMDB). Na sessão desta quarta-feira (9) o vereador classificou de boato de “político que joga para a plateia” a mobilização contra o funcionamento de uma espécie de Unei nas imediações do Mercado Municipal.

“Fui agredido de maneira equivocada. lamentável, pois o homem público que deseja ser prefeito deveria avaliar bem o contexto nas situações com as quais se depara para depois emitir uma opinião”, comentou o deputado sobre as declarações de Paulo Siufi.

Segundo Marcos Trad, um ofício enviado por entidade que representa comerciantes da região em 4 de janeiro comprova que houve uma reação à decisão do Governo do Estado de permitir uma unidade com menores infratores no local. “O Diário Oficial de 26 de janeiro comprova a intenção inicial do governo. Está publicada a locação do imóvel para instalação de uma Unidade de Semiliberdade, de responsabilidade da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública)”, explica.

Como os comerciantes não conseguiram convencer o Governo a mudar de ideia, Trad disse que resolveu ajudar. “Eles enviaram um ofício em 4 de janeiro. Mesmo assim, em 26 de janeiro a Sejusp oficializou a locação, então a intenção era instalar a unidade com menores infratores lá mesmo”, conta.

“Tomei parte porque fui procurado como agente público. Eu conheço o vereador, se ele tivesse lido o Diário Oficial, não teria falado o que falou”, acredita. O deputado esteve nesta manhã no local, onde os comerciantes chegaram a organizar um protesto que não chegou a acontecer após o comandante-geral da PMMS dizer que no local agora funcionará o comando do 1º Batalhão da Polícia Militar.

O deputado diz ainda que considera o episódio superado. “É relevante mostrar que eu tomei parte porque houve uma solicitação, mas o importante é que nosso objetivo foi alcançado. O governo desistiu da Unei e no local instalará uma unidade policial, então está de bom tamanho. O que o vereador acha ou não de mim se torna irrelevante”, conclui.

Comerciantes do local que pediram para não serem identificados contaram que líderes das entidades à frente dos protestos teriam recebido telefonemas de autoridades “desestimulando” a realização da manifestação.