Após denúncias de moradores da região da avenida Manoel da Costa Lima, noticiado primeiramente pelo Midiamax, onde jovens estariam bebendo até altas horas da madrugada e fazendo algazarras, inclusive com garotas seminuas ou totalmente nuas dançando em cima dos carros, os vereadores da capital Paulo Siufi (PMDB) e Lídio Lopes (PP) propuseram nesta quinta-feira (10) a votação do Projeto de Lei complementar número 215/09, que visa proibir o consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas da capital.

Paulo Siufi disse que depois dos recentes casos de baderna na avenida Manoel da Costa Lima, envolvendo jovens campo-grandenses em verdadeiras orgias em vias públicas, eles resolveram pautar o projeto que acrescenta novo dispositivo ao Código de Policia Administrativa do Município, proibindo o consumo de bebidas alcoólicas dentro do perímetro dos postos de serviços e de abastecimentos de veículos e às conveniências em geral.

Segundo o presidente da Casa de Leis, a pauta se deve às inúmeras solicitações e manifestações da sociedade que cobram medidas urgentes.

O presidente da Associação de amigos do Jardim das Meninas, Márcio Costa Queiros, 40 anos, é um deles. “Vim aqui hoje acompanhar a votação. Sou a favor da lei. A minha região é muito problemática, uma lei mais severa ajudaria a combater a bagunça que tem lá”, diz.

Segundo Costa, na região em que mora há uma conveniência onde várias pessoas já foram mortas. Ele acredita que o excesso de bebida e a falta de fiscalização no local incentiva essas pessoas a agirem de “qualquer maneira”.

Para o professor e presidente da Associação dos Moradores da Vila Progresso, Valmir Ribeiro, 33 anos, a lei é mais uma que não vai funcionar. Ele reclama do pouco número de policiais nessas áreas de risco e diz que o que falta é mais segurança e aplicação da lei que já existe – a Lei Seca.

“Não adianta ficar inventando novas leis, eles precisam fiscalizar e cobrar o que já esta aí. Além disso, é preciso ter mais policiais nestes pontos. Quando a gente chama a polícia, demora muito para chegar”.

Ribeiro disse que na região onde mora está uma das conveniências que têm sido citadas na imprensa. Segundo ele, no local já morreram três, e apesar de ter posto policial perto nada é feito.

Quem também cobra da autoridade aplicação da Lei seca e mais segurança são os donos de postos de combustíveis. O empresário Valmir Faleiros, 50 anos, aponta: temos Lei Seca, que se cumpra o que já existe, em vez de criar novas leis que atrapalham a gente que está trabalhando.

Sergio Ancelmo, 37 anos, que também é dono de posto de combustível reforça o que Faleiros disse. Para ele, a lei vem apenas atrapalhar quem trabalha, paga imposto e gera emprego.

Já o diretor do sindicato dos postos de combustíveis e conveniência, José Laureano Ribeiro, 52 anos, busca o consenso. Ele disse que não é contra a lei, mas que é preciso mudar alguns dispositivos. Pois, segundo ele, não é o dono do posto de gasolina e conveniência que tem que ser punido.

“O empresário monta um comércio, gera emprego, paga imposto, ai vem a opinião pública e o trata como se ele fosse o bandido. Nós não somos coniventes com a bagunça. Queremos trabalhar em paz”, dispara.

Segundo Laureano, em Campo Grande tem 160 postos de combustíveis e destes apenas três funcionam com conveniência 24h. “Não é ai que está o problema”.

A justificativa da lei para proibir a aglomeração, principalmente nos postos de gasolina e conveniência se deve porque na maioria dos casos essas movimentações acontecem diante desses locais tirando o sossego dos moradores em regiões residenciais da cidade.