Depois de 12 dias de protestos, a cúpula do governo do presidente do Egito, Hosni Mubarak, caiu hoje (5). Todos os integrantes da comissão executiva que comandava o Partido Nacional Democrático (NDP), principal legenda de apoio do governo, abriram mão dos cargos. A relação dos que renunciaram inclui também o filho do presidente que era apontado como seu sucessor natural.

Renunciaram hoje aos postos, o filho do dirigente egípcio, Gamal Mubarak, e o líder do partido governista, Safuat al Sharif. Sharif será substituído por Hossam Badrawi.

“Os membros da comissão executiva demitiram-se dos seus cargos. Foi decidido nomear Hossam Badrawi secretário-geral do partido”, informou a rede estatal de televisão. Badrawi mantém relações de confiança com Mubarak.

Nesta manhã, Mubarak se reuniu com ministros e a equipe econômica. O presidente se encontrou com os ministros do Petróleo, do Comércio, das Finanças, da Solidariedade Social e o comando do Banco Central. O intuito é evitar que a crise política agrave ainda mais a situação econômica do Egito, que já enfrenta dificuldades.

Nas ruas do Cairo, os protestos continuam. Os manifestantes contrários à permanência de Mubarak no poder mantêm a vigília na Praça Tahrir, epicentro dos protestos há 12 anos. As autoridades policiais proíbem a entrada de estrangeiros e jornalistas no local. Os egípcios só podem ingressar na praça em pequenos grupos e seguindo as ordens dos militares.