Indígenas fazem marcha na Bolívia e diálogo com governo continua parado

Os mais de 1 mil indígenas que participam de uma passeata contra o traçado de uma estrada na Amazônia boliviana financiada pelo Brasil passam a noite deste domingo a 500 km de La Paz, sua meta final, enquanto o diálogo com o governo para solucionar o conflito segue parado, disse a ministra do Desenvolvimento e […]

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Os mais de 1 mil indígenas que participam de uma passeata contra o traçado de uma estrada na Amazônia boliviana financiada pelo Brasil passam a noite deste domingo a 500 km de La Paz, sua meta final, enquanto o diálogo com o governo para solucionar o conflito segue parado, disse a ministra do Desenvolvimento e Economia, Teresa Morales.
Os ministros que negociam a instalação de seis mesas temáticas estavam prontos para negociar quando os líderes indígenas decidiram na sexta-feira retomar a marcha a partir de Puerto San Borja até Totaizal, onde agora se encontra, afirmou Morales.
Um dos líderes da marcha, Celso Padilla, disse que a caminhada foi retomada pelo atraso do governo em confirmar a presença de 10 ministros nas negociações, como era o pedido indígena.
Frente a essa situação e diante de uma eventual retomada do diálogo, no momento “não há posição oficial definida ainda, apenas tomarmos posição. Cedemos em todos os pontos” de uma plataforma de 16 intens, sustentou Morales em declarações à imprensa estatal.
No tema de fundo, que se opõe a um traçado que poderá dividir em dois o Território Indígena Parque Isiboro Sécure (TIPNIS), Morales antecipou que “estamos abertos a qualquer traçado que propuserem: pela esquerda, pela direita, inclusive em cima do parque”, construindo pontes acima das árvores.
Os líderes “não querem falar do traçado (porque) 60% dos manifestantes não são do local”, mas “é momento de discutir o traçado”, insistiu Morales.
Paralelamente, Padilla afirmou que o prazo final para que o governo retome as negociações é segunda-feira na cidade de Totaizal, caso contrário a passeata continuará até La Paz, e setores de indígenas podem promover no futuro bloqueios de estradas em Santa Cruz, Chuquisaca e Tarija.
Morales lamentou que os líderes ainda não tenham feito contato com as autoridades para retomar o diálogo.

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