A deflação perdeu força no IGP-M, que teve queda de 0,12% em julho, após cair 0,18% em junho, segundo informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A taxa mensal ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções (entre -0,04% e -0,20%), mas foi superior à mediana das projeções (-0,14%).
Já o INCC-M registrou taxa positiva de 0,59% este mês, em comparação com a elevação de 1,43% em junho.
A taxa acumulada do IGP-M é muito usada no cálculo de reajustes de aluguel. Até julho, o indicador acumula taxas de inflação de 3,03% no ano e de 8,36% em 12 meses.
O período de coleta de preços para cálculo do IGP-M de julho foi do dia 21 de junho a 20 de julho. Atacado O IPA-M caiu 0,22% este mês, após mostrar queda de 0,45% em junho. A inflação atacadista medida pelo IPA-M acumula altas de 2,26% no ano e de 9,19% em 12 meses até julho.
O IPA-M representa 60% do total do indicador. No atacado, os preços dos produtos agrícolas acumulam aumentos de 0,25% no ano e de 18,39% em 12 meses no âmbito do IGP-M. Já os preços dos produtos industriais registraram altas de 2,98% no ano e de 6,30% em 12 meses.
Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram aumentos de 1,16% no ano e de 4,63% em 12 meses até julho. Por sua vez, os preços dos bens intermediários tiveram altas acumuladas de 2,93% no ano e de 5,45% em 12 meses. Já os preços das matérias-primas brutas acumularam aumentos de 2,66% no ano e de 20,91% em 12 meses, até julho.
Varejo
No varejo, a inflação junto ao consumidor medida pelo IPC-M apresentou recuo de 0,13% em julho, em comparação com a taxa negativa de 0,12% no mês passado. O indicador acumula altas de 3,86% no ano e de 6,33% em 12 meses até julho.
O IPC-M representa 30% do total do índice. Segundo a FGV, o leve aprofundamento da deflação na taxa do IPC-M, de junho para julho (de -0,12% para -0,13%) foi influenciado por decréscimos nas taxas de variação de preços em seis das sete classes de despesa usadas para cálculo do indicador. Entre os destaques estão quedas de preços mais intensas em Educação, Leitura e Recreação (de 0,55% para -0,07%) e em Alimentação (de -0,81% para -0,99%). Na primeira classe de despesa houve quedas de preços em passagem aérea (-7,28%) e em show musical (-2,65%); e no segundo grupo, taxas negativas nos preços de hortaliças e legumes (-5,06%); e de laticínios (-0,32%).
As outras cinco classes de despesa que apresentaram desaceleração foram Vestuário (de 0,83% para 0,50%), Habitação (de 0,45% para 0,29%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,54% para 0,40%) e Despesas Diversas (de 0,15% para 0,05%).
O único grupo a apresentar acréscimo em sua taxa de variação de preços foi Transportes (de -1,34% para 0,11%). Entre os produtos pesquisados junto ao consumidor, as altas de preço mais expressivas foram registradas em aluguel residencial (0,53%); plano e seguro saúde (0,64%); e álcool combustível (3,29%). Já as mais expressivas quedas de preço foram apuradas em tomate (-15,91%); batata-inglesa (-6,23%); e laranja pêra (-9,71%).
Produtos agrícolas
Os preços dos produtos agrícolas atacadistas caíram menos este mês, com queda de 0,84% em julho, em comparação com o recuo de 2,10% em junho, no âmbito do IGP-M. Segundo a FGV, que divulgou esta manhã o indicador, a inflação dos preços dos produtos industriais atacadistas também perdeu força, e passou de uma alta de 0,15% em junho para estabilidade (0,00%) em julho.
Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais subiram 0,02% em julho, após recuarem 0,50% em junho.
Por sua vez, os preços dos bens intermediários registraram alta de 0,16% este mês, em comparação com a queda de 0,39% em junho. Já os preços das matérias-primas brutas apresentaram deflação de 1,00% em julho, após caírem 0,47% no mês passado.