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Grã-Bretanha expulsa diplomatas e aumenta pressão contra Irã

Crise evidencia avanços e limites das sanções ocidentais impostas a Teerã.
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Crise evidencia avanços e limites das sanções ocidentais impostas a Teerã.

A Grã-Bretanha vai expulsar todos os diplomatas iranianos de seu território em resposta à invasão de sua embaixada em Teerã, anunciou nesta quarta-feira o chanceler britânico, William Hague.

A invasão da Embaixada britânica, por sua vez, decorre de uma nova rodada de sanções adotadas pela Grã-Bretanha contra o Irã, à luz de relatos de avanços no programa nuclear iraniano.

Países ocidentais temem que o programa nuclear iraniano tenha como objetivo construir armas nucleares. Teerã alega, no entanto, que seu projeto tem fins pacíficos.

Em meio ao impasse, cresce a pressão contra o Irã, e Hague ordenou, nesta quarta, o fechamento imediato da embaixada iraniana em Londres.

Hague disse que as relações bilaterais entre Irã e Grã-Bretanha chegaram a seu nível mais baixo e que levará o assunto ao Conselho de Relações Exteriores da União Europeia.

“Discutiremos esses eventos (a invasão da embaixada britânica) e novas ações necessárias diante da continuidade do Irã em perseguir um programa de armas nucleares”, declarou o chanceler.

Tensão nuclear e sanções

A tensão na relação entre Irã e o Ocidente começou a subir na semana passada, quando um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que o Irã havia promovido testes “relevantes ao desenvolvimento de um dispositivo nuclear”.

Os EUA, o Canadá e a Grã-Bretanha reagiram ao relatório com o anúncio de novas sanções contra o Irã – no caso britânico, as punições incluíram restrições financeiras que afetaram os laços com todos os bancos iranianos.

Foi a primeira vez que a totalidade de um setor financeiro de um país foi excluído de elos com as instituições financeiras britânicas, explica o analista diplomático da BBC, Jonathan Marcus.

Depois disso, o Parlamento iraniano decidiu, no último domingo, reduzir as ligações diplomáticas do país com a Grã-Bretanha.

Na terça-feira, centenas de manifestantes – que o governo iraniano descreveu como estudantes – se aglomeraram nos arredores da representação diplomática britânica em Teerã, escalando os portões e queimando um carro e bandeiras britânicas.

Alcance das sanções

A nova escalada nas sanções visa aumentar a pressão econômica sobre Teerã – dificultando suas transações financeiras no exterior -, tentar conter as atividades nucleares do país e, em tese, tentar convencê-lo a voltar à mesa de negociações.

Mas tudo indica que, até agora, esses objetivos foram apenas parcialmente cumpridos, ressalta Jonathan Marcus.

Em primeiro lugar, segundo Marcus, é difícil medir o quanto as atividades nucleares iranianas foram restritas pelas punições – segundo a AIEA e diplomatas ocidentais, o programa está, na verdade, avançando lentamente em diversos aspectos.

Quanto a trazer o Irã de volta às negociações, os resultados parecem muito menos expressivos. Além disso, não há um consenso internacional quanto ao alcance das punições. Algumas delas, ainda que aprovadas na ONU, são aplicadas de maneiras diferentes por diferentes países.

E os iranianos conseguem escapar de algumas sanções apostando cada vez mais na China como um parceiro comercial.

Ao mesmo tempo, China e Rússia – ainda que não desejem ver o Irã armado de uma suposta bomba nuclear – não têm demonstrado interesse em apoiar uma nova rodada de sanções contra Teerã na ONU.

Somando-se a isso a aproximação das eleições presidenciais na Rússia e nos EUA, além da instabilidade no Oriente Médio, parece ficar cada vez mais difícil obter consenso para a aprovação de novas punições.

No outro extremo, existe a preocupação de Israel, que se sente diretamente ameaçada pela possibilidade de um Irã com poderio nuclear.

No início deste mês, a imprensa israelense relatou que o governo do país já avaliava a possibilidade de buscar apoio interno para bombardear instalações nucleares iranianas.

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