As contas do Governo Central (Banco Central, Tesouro Nacional e Previdência Social) registraram superávit de R$ 78,966 bilhões em 2010 e cumpriram a meta estabelecida para o ano, de 2,15% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), com ajuda da capitalização da Petrobras e da retomada do crescimento econômico. Os números foram divulgados hoje (28) pelo Tesouro Nacional.

O resultado do ano ficou em 2,16% do PIB e é superior em 0,92 ponto percentual ao do ano anterior. Em 2009, o resultado do Governo Central ficou em R$ 39,436 bilhões ou 1,24% do PIB.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou o resultado. “A meta de 2010 para o Governo Central está cumprida. Cumprimos a meta cheia. Agora, em relação aos estados e municípios, não acredito que eles vão cumprir totalmente e vai faltar alguma coisa para completar os 3,1% [do PIB], que se dará com uma parte do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]”, disse ao deixar o ministério com destino a São Paulo.

O resultado de todo o setor público só deverá ser conhecido na próxima segunda-feira (31) quando os números serão divulgados pelo Banco Central.

Mantega destacou ainda que o resultado representa uma melhoria do governo. Segundo ele, em 2009 e 2010, o governo fez o que o Fundo Monetário Internacional (FMI) sugeriu: uma política de combate à crise com o aumento de investimentos e gastos para poder recuperar o país.

O ministro criticou ainda relatório do FMI que prevê uma piora nas contas do governo brasileiro, com déficit nominal de 3,1% do PIB em 2011, quando o governo trabalha com a expectativa de 1,8% do PIB.

“Não procede isso. Tem que olhar melhor os dados e acho que esse dado que está sendo divulgado hoje pelo governo brasileiro é a prova de que estamos fazendo um bom desempenho fiscal”, disse.

Irônico, Mantega disse ainda que o relatório foi um “lapso” de algum técnico que durante as férias de outros funcionários escreveu uma “conclusão apressada”. “Algum daqueles velhos ortodoxos do FMI escreveu esse documento. O pessoal se distraiu e falou essas bobagens em relação ao Brasil”, afirmou.

O ministro disse ainda que o governo vai cumprir a meta cheia de 2011 de 3% do PIB para o setor público consolidado.