Afirmar que Wagner Moura está no melhor momento da carreira tornou-se praticamente um lugar-comum, mas não há jeito: mais uma vez, o ator baiano está no topo. Após estrelar “Tropa de elite 2”, filme de maior bilheteria da história do cinema nacional, e debutar como diretor de videoclipe, ele começará em junho as filmagens do seu primeiro longa em Hollywood, como o vilão principal de “Elysium”, novo trabalho do sul-africano Neill Blomkamp (“Distrito 9”), que também tem Jodie Foster e Matt Damon no elenco.

Por questões contratuais, Moura só confirma que fará mesmo um “personagem do mal”. Mas isso não evita que ele explique, com bom humor, os motivos de não ter aceitado antes propostas de projetos internacionais.

“Depois de ‘Tropa 2’ só recebi esse convite [internacional] e o achei muito bom, quis fazer na hora. Antes só tinha recebido umas sondagens que não tinham me interessado. Nos projetos que vinham, e que eu achava bons, só queriam o [Javier] Bardem”, brinca o ator, em entrevista ao G1 em São Paulo para o lançamento de “Vips”, filme de Toniko Melo em que vive o golpista Marcelo Nascimento da Rocha.

Curiosamente, o anúncio aconteceu uma semana antes da notícia do début internacional de José Padilha, que será o novo diretor de “Robocop”. Uma “coincidência não tão coincidência assim”, segundo Wagner Moura. “O ‘Tropa 2’ foi muito bem em Sundance, já o ‘Tropa 1’ foi muito mal lançado nos EUA, apesar de todas as pessoas de Los Angeles o terem visto. Fatalmente isso teve um peso muito importante tanto para mim quanto para o Zé. Não adianta o filme ser bom e ninguém ver”, diz.

Perguntado se aceitaria participar do projeto de “Robocop” com o colega, Moura não pensa duas vezes. “Eu adoro trabalhar com o Padilha, fecho com ele com o que ele me chamar. Não acho que vai ter personagem pra mim nesse filme não, mas se ele quiser trabalhar comigo de novo…”