O Exército egípcio fechou nesta terça-feira os acessos ao Cairo e outras cidades onde foram convocadas passeatas para exigir a renúncia do presidente Hosni Mubarak. A autoestrada que liga Alexandria ao Cairo estava bloqueada a 1 km da capital por um posto de controle militar.

Uma longa fila de caminhões de mercadorias e automóveis aguardava autorização para passar, mas os soldados impediam o avanço de veículos para a capital.

A AFP constatou ainda que as saídas das cidades de Mansura (delta do Nilo), Suez (leste) e El Fayyum (ao sul do Cairo) também foram bloqueadas pelo Exército.

O tráfego ferroviário está suspenso desde segunda-feira e a linha de metrô que liga o Cairo a Shubra el-Kheima (20 km ao norte) foi fechada. Muitos moradores da capital que tentavam chegar ao trabalho nos arredores da cidade foram impedidos pelos bloqueios.

Dezenas de milhares de pessoas começaram a se reunir na manhã desta terça-feira no Cairo para um dia de manifestações gigantescas, depois de uma semana de mobilização contra Mubarak.

O Exército se comprometeu a não recorrer à força, por considerar que as reivindicações populares são “legítimas”, mas pediu aos manifestantes que façam uso de meios pacíficos.

O movimento de protesto, sem precedentes desde a chegada ao poder de Mubarak em 1981, começou em 25 de janeiro e deixou pelo menos 125 mortos e milhares de feridos.