Israel da Silva Alves, de 30 anos, foi condenado na segunda-feira, 27 de junho, a 12 anos de prisão pelo assassinato de Jackson Carlos da Silva, 28, ocorrido em fevereiro de 2008. Jackson, que na época do crime tinha um mandado de prisão em aberto por homicídio, foi assassinado com cinco tiros por volta das 09 horas, na rua Dom Pedro II, bairro Popular Nova. Durante o julgamento, o Tribunal do Júri acatou por unanimidade a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), em que Israel era apontado como mandante do crime. Na data do fato, ele cumpria pena do Estabelecimento Penal de Corumbá (EPC).
“Sua conduta social lhe prejudica, já que há prova nos autos de que o réu foi líder de facção criminosa do Estado do Mato Grosso do Sul (PCC -MS), bem como a própria confissão do réu hoje em plenário confirmando ter participado dessa facção. Sua personalidade lhe prejudica, já que foi frio e vingativo quando mandou executar a vítima. Os motivos lhe prejudicam, já que praticou o crime evidentemente por motivo ligado à criminalidade, pois estava preso quando deu a ordem fatal”, descreveu o juiz Anderson Royer em sua decisão.
O autor dos disparos, Jefferson Franco de Oliveira, o “Cabeça”, foi julgado anteriormente e condenado a 8 anos de prisão em regime fechado. Jackson Carlos da Silva foi alvejado com 5 tiros de revólver calibre 38. A vítima ainda chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu logo que chegou ao Pronto -Socorro Municipal. Segundo testemunhas, Jackson estava em uma motocicleta e transitava pela via em alta velocidade, no sentido centro – bairro. Ele estaria sendo perseguido por outros dois homens que também estavam de moto.
Um dos ocupantes do segundo veículo, identificado posteriormente como sendo “Cabeça”, efetuou o primeiro disparo, que fez a vítima cair em frente a uma igreja evangélica. A dupla se aproximou de Jackson e disparou os demais tiros. Os dois fugiram do local em seguida. A vítima foi atingida no crânio, braço esquerdo, tórax, perna esquerda e mão direita. Jefferson foi preso pela PM no dia 10 de março de 2008 com a arma do crime.
Ficha Corrida
Israel da Silva Alves é velho conhecido da Polícia de Corumbá. Dono de uma extensa ficha corrida, ele é acusado de formação de quadrilha, roubo e já foi condenado por outros dois homicídios: o da salgadeira Ana Maria de Oliveira, ocorrido em 2005, e do cabo da PM Rudy Mendonça, em 2006. Pelos dois crimes, a pena dele é de 39 anos de cadeia. Israel cumpria pena no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. Depois foi transferido para o Presídio Federal de Catanduvas, onde permanece atualmente.
Israel foi preso em dezembro de 2006 em Puerto Quijarro, na Bolívia, pela Força Especial de Luta contra o Crime. Segundo a polícia boliviana, Israel teve a prisão preventiva decretada por perturbação em via pública, naquele país. No dia 23 de novembro daquele ano, ele e outros três brasileiros estavam em motocicletas e fizeram disparos para o alto em um bairro de Quijarro. Israel vivia há dois anos na Bolívia, com a mulher (que estava grávida de 7 meses na época) e dois filhos, onde usava o nome de Ronaldo Castedo Silva.
