Horas depois de serem expulsos por policiais, centenas de manifestantes retornaram na noite desta terça-feira (15) ao Parque Zuccotti, no centro financeiro de Nova York. A reação ocorreu no mesmo dia em que um juiz da cidade decidiu acabar com o acampamento do movimento Ocupem Wall Street. O juiz estabeleceu que os manifestantes podem permanecer no parque, mas não podem acampar no local.

O movimento, que virou símbolo da indignação nos países ricos contra o establishment econômico e que tem adeptos em mais de 80 países, prometeu não arrefecer a luta após ações policiais que desfizeram acampamentos em Nova York e Oakland (Califórnia).

Líderes do movimento, também conhecido como Estados Unidos 99% – em referência aos 99% da população que supostamente vivem sob o jugo do interesse econômico do 1% mais rico da pirâmide social -, dizem que as batidas podem expulsar fisicamente os manifestantes dos acampamentos, mas não podem eliminar uma ideia cuja hora chegou.

“Ocupem Wall Street se tornou um símbolo nacional e mesmo internacional. Um crescente movimento popular alterou significativamente a narrativa nacional sobre nossa economia, nossa democracia e nosso futuro”, repetem os manifestantes.

A ação da polícia foi registrada por webcams, que transmitiram ao vivo a operação, iniciada à 1h da manhã no horário local (4h no horário de Brasília). Policiais da unidade de choque bloquearam as entradas do parque e cercaram o acampamento, onde estima-se que havia 200 pessoas. Eles deram ordens aos manifestantes de remover imediatamente seus pertences.

Para as autoridades, os manifestantes podem protestar desde que não acampem na praça. A assessoria do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, instruiu o movimento a deixar temporariamente o parque. De acordo com policiais, houve15 prisões e, segundo os manifestantes, a polícia usou gás lacrimogêneo. Helicópteros sobrevoaram o local em apoio aos policiais.

O movimento dos indignados, inspirado nos levantes da Primavera Árabe e nos acampamentos contra o sistema econômico na Espanha, reivindica uma distribuição mais equitativa da riqueza econômica.

Os primeiros protestos começaram em maio deste ano em Madri, quando centenas de pessoas tomaram a Praça Puerta del Sol para mostrar seu descontentamento com os altos índices de desemprego da Espanha e com o que chamam de forte influência das instituições financeiras sobre as decisões políticas.

Com informações da BBC Brasil