A decisão da prefeitura de São Caetano de reincorporar quase 85% dos atletas dispensados é motivo de alívio para quem foi contemplado, como é o caso de Edinanci Silva. Mas a judoca, que não se precipitou com o corte anunciado em janeiro, lembra que nem todos tiveram a mesma sorte.

“Foi um choque muito grande, o judô feminino de São Caetano tem hegemonia de 14 anos nos Jogos Abertos do Interior. Mas decidi esperar um pouco para a poeira abaixar, a coisa estava mal explicada”, diz a atleta, duas vezes terceira colocada do mundo (Paris-1997 e Osaka-2003).

Edinanci, ao contrário de alguns atletas, teve opção: recebeu propostas mais vantajosas para defender outros municípios, mas foi convencida pela oferta inferior de São Caetano devido ao fato de estar instalada na cidade desde 1998.

Questionada se a dispensa havia gerado dificuldades financeiras, a judoca disse que sim. “Atrapalhou. Ainda mais os atletas do quadro que têm que sustentar família, têm contas a pagar, escola dos filhos e outras responsabilidades. Alguns também trancaram matrícula na e fecharam repúblicas (estudantis)”, conta.

Responsável pela gestão do esporte de São Caetano, Mauro Chekin lamentou a situação. “Infelizmente, o esporte é assim, como qualquer emprego. Nós olhamos o benefício da cidade e não temos como prestar subsídio. A vida continua. Desde o começo, todos atletas sabem que é assim”, explica o secretário de esportes, ao garantir que todos os contratos foram sanados.

Além de Edinanci, que deve participar dos Jogos Mundiais Militares deste ano, no Rio de Janeiro, mais de 20 atletas com potencial olímpico continuam no quadro esportivo municipal. Dentre eles, Diogo Silva, campeão pan-americano do taekwondo em 2004, e destaques da de artística, como Arthur Zanetti, Francisco Barreto e Sérgio Eras.