Funcionários ouvidos também negaram que o cabo da PM trabalhava como segurança no local. O delegado vai ouvir outras pessoas, pois a versão de vizinhos é diferente, e não descarta nem o duplo homicídio.
O proprietário do Supermercado Souza, que foi assaltado no dia 5 de julho, M.C.S., negou que o cabo Embrósio, da Polícia Militar, preste serviços como segurança ou vigia do estabelecimento. Ele e funcionários que presenciaram a ação, que acabou na morte do gerente Carlos Expedito Ferreira Boccia, 41 anos, e um dos criminosos identificado como Maicon Igor Aquino Paez, o Pisca, de 18 anos, foram ouvidos pelo delegado do 6º DP, Valmir Moura Fé, na tarde desta segunda-feira, 11.
Segundo o delegado Moura Fé, o dono do estabelecimento negou que o cabo fizesse bico como segurança, mas afirmou que o conhecia e que o militar mora “nas redondezas” de seu estabelecimento comercial. O empresário disse que não presenciou o fato. “Ele disse que estava nos fundos do mercado e quando escutou tiros correu para ver o que era. Quando chegou já viu o gerente baleado e o bandido morto”, revela o delegado.
Embora o dono do estabelecimento tenha negado que o militar prestava serviços para ele, a polícia não descarta esta possibilidade e segue com a coleta de oitivas. Mesmo todos os funcionários negando o fato, Moura Fé vai analisar depoimentos de vizinhos que, inclusive afirmam que o PM fazia bico no local. “Vamos ouvir todo mundo para ver se alguém está mentindo. Caso isto ocorra, vão responder criminalmente”.
Além do dono do supermercado Souza, também foram ouvidas as caixas que estavam trabalhando no momento do assalto C.F.B.F. e A. C. S.C., o auxiliar de serviços gerais D. A. L. J. e uma vizinha do comércio que teve sua casa alvejada por alguns tiros. Amanhã, terça-feira, o delegado vai ouvir o adolescente comparsa de Maicon. T.C.T., 17 anos, que está apreendido na Unei Novo Caminho. “Depois de ouvir estas pessoas vamos ouvir o policial militar e fechar o inquérito”, prevê o delegado.
O militar está afastado de suas funções enquanto tramita o inquérito. A arma que ele utilizava em serviço, uma pistola . 40 foi apreendida bem como dois revólveres que, segundo a polícia, estavam em poder dos dois assaltantes.
Quanto à conduta do militar, o delegado do 6º DP disse que está analisando minuciosamente as imagens e acredita inicialmente que houve uma ação precipitada do PM. “Vou olhar o que diz respeito à abordagem policial e ele (PM) pode até ser indiciado por duplo homicídio”, revela.
Veja o vídeo:
Investigação
O fato ocorrido no Supermercado Souza está divido entre três delegacias. As circunstâncias da morte estão a cargo do 6º DP, o envolvimento do menor com a Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude e o assalto com a Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos.