Depois de operar em queda ao longo do dia, o dólar comercial mudou de direção no fim do pregão e fechou em alta nesta quinta-feira (29), acompanhando a piora do mercado internacional com a cautela permanente sobre a crise da dívida na Europa.

A moeda norte-americana avançou 0,35%, vendida a R$ 1,843. Esta é a segunda alta seguida, já que, na véspera, o dólar havia subido 1,75%.

Na semana, a divisa ganha 0,24%. Em setembro, o dólar acumula alta de 15,73% até esta quinta-feira. No ano, a valorização é de 10,62%.

Operadores descartaram motivos internos para a valorização do dólar, indicando a piora no mercado global como justificativa. Às 17h, moedas de outros países emergentes –como peso mexicano e rand sul-africano — caíam mais de 1% ante o dólar.

O movimento destacou a volatilidade do mercado em meio à crise da dívida na Europa. No começo do dia, o clima era outro, de apetite por risco e valorização do euro, após a aprovação no Parlamento da Alemanha de poderes ampliados para o fundo europeu contra a crise.

Segundo os operadores, a instabilidade internacional não afetou, no entanto, a rolagem de contratos futuros e outros derivativos com vencimento no final do mês na BM&FBovespa. De acordo com os dados mais recentes, referentes a quarta-feira, os estrangeiros tinham posição vendida líquida de US$ 2,97 bilhões, com posição líquida comprada de 206 mil contratos de dólar futuro e vendida de 266 mil contratos de cupom cambial.

Os investidores monitoram ainda as discussões em Brasília sobre as medidas cambiais. O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes, afirmou que o governo concorda com a isenção do IOF sobre derivativos cambiais aos exportadores.

A isenção está prevista no projeto que tramita no Congresso, que servirá para transformar em lei a Medida Provisória anunciada em julho.

A taxa Ptax, calculada pelo Banco Central e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a R$ 1,8291 para venda, em alta de 0,88% ante quarta-feira.