Pular para o conteúdo
Geral

Déficit na indústria de transformação já é de US$ 35,3 bilhões

Pior saldo para o período de janeiro a setembro em 22 anos é puxado por produtos de setores dinâmicos como carros e químicos
Arquivo -

Pior saldo para o período de janeiro a setembro em 22 anos é puxado por produtos de setores dinâmicos como carros e químicos

O déficit comercial dos bens típicos da indústria de transformação brasileira deu um salto de 37,1% este ano. O rombo passou de US$ 25,7 bilhões, no acumulado de janeiro a setembro de 2010, para US$ 35,3 bilhões, agora. É o pior resultado para o período na série histórica acompanhada pelo Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), que começou em 1989.

O saldo negativo na balança comercial da indústria é puxado pela categoria de bens de média-alta tecnologia, formado por setores dinâmicos como bens de capital, automóveis e produtos químicos (exceto farmacêuticos), cujo déficit atingiu o recorde de R$ 38,3 bilhões. O número representa alta de 36,1% em relação ao resultado negativo dos três trimestres iniciais de 2010, de US$ 28,145 bilhões.

“Nossas exportações não estão brilhantes, mas crescem, só que as importações estão vindo rachando”, diz Júlio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e atualmente economista do Iedi.

Como os mercados consumidores lá fora estão muito estreitos, por causa do agravamento da crise mundial, e o Brasil é um dos únicos países com consumo doméstico em crescimento, o economista diz ser natural que haja uma disputa pelo mercado brasileiro.

Tanto é que a importação de bens típicos da indústria de transformação cresceu 25,5%, para R$ 145,033 bilhões, enquanto as exportações do País nessa área tiveram aumento menor, de 22%, para US$ 109,712 bilhões.

“Nós estamos perdendo dos dois lados”, diz o presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto. Em 2005, 40% das máquinas compradas no Brasil eram importadas. Hoje, esse número já está em 61%. No mesmo período, a participação das exportações no faturamento do setor caiu de 33,3% para menos de 22%.

“Não há ganho de produtividade que faça a gente reagir enquanto perdurar o atual tripé do mal, formado por câmbio, tributos e juros, que vem matando a indústria brasileira”, reclama o empresário.

A diretora de comércio exterior da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Denise Naranjo, nota que o aumento do déficit no setor é mais significativo em grupos de produtos com produção nacional. “Apesar do aumento nas exportações, o déficit comercial de produtos químicos não para de crescer”, diz Denise.

O resultado é que a indústria de transformação mantém a produção praticamente estagnada já há vários meses. Entre janeiro de 2009 e agosto de 2011, a produção cresceu só 3,6%, enquanto o comércio varejista deu um salto de 15,6%. Acredita-se que a diferença entre demanda e produção esteja sendo abastecida pelos produtos importados.

Mantida a tendência atual, o déficit comercial dos produtos típicos da indústria de transformação caminha para fechar 2011 em US$ 48 bilhões, segundo o Iedi. O número representa crescimento de quase 40% em relação ao resultado negativo de US$ 34,8 bilhões do ano passado.

O levantamento do Iedi segue tipologia da indústria de transformação por intensidade tecnológica adotada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que permite esmiuçar de modo diferente a balança comercial dos produtos típicos dessa atividade. Segundo essa classificação, há quatro faixas: de alta intensidade, de média-alta, média-baixa e de baixa intensidade tecnológica.

A faixa de baixa intensidade tecnológica foi a única que não apresentou déficit comercial no período. Na contramão das demais, teve um superávit recorde para o período, de US$ 31,8 bilhões, puxado por exportações de US$ 45,2 bilhões. O que mais contribuiu para esse resultado favorável foram os bens das indústrias de alimento e bebidas, com superávit de U$ 28,6 bilhões e exportações de US$ 33,7 bilhões.

Já os segmentos de alta intensidade e de média-baixa intensidade tecnológica ficaram deficitários em US$ 32,2 bilhões e US$ 5,6 bilhões, pela ordem.

No caso dos bens de alta intensidade tecnológica, as exportações pouco têm reagido e ficaram limitadas a apenas US$ 6,7 bilhões. Além do conjunto de bens do complexo eletrônico e dos produtos farmacêuticos, historicamente deficitários, o intercâmbio de aeronaves e afins também ficou negativo

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
invasão

Dez pessoas são presas após invasão de terreno particular no Centenário

ação moradores

Mais de 500 moradores participam de ação social no Zumbi dos Palmares

acidente pessoas

Mulher retirada de ferragens em acidente na MS-134 foi em vaga zero para Dourados

cineasta

Morre cineasta Jean-Claude Bernardet

Notícias mais lidas agora

Com inspeção vencida, 57 ônibus do Consórcio Guaicurus podem ser retirados das ruas de Campo Grande

senado mulher

Fichas criminais de agressores podem virar dado público para proteger mulheres em MS

VÍDEO: Guardas espancam e arrastam jovem que estava amarrado em abordagem

flamengo

São Paulo é apático e inicia nova ‘Era Crespo’ com derrota para líder Flamengo no Maracanã

Últimas Notícias

Esportes

Botafogo resolve no 2º tempo e bate o Vasco em volta ao Brasileirão após o Mundial de Clubes

Com o resultado, o Botafogo chegou a 21 pontos, em quinto lugar, com um jogo a menos

Polícia

Polícia encontra grávida carbonizada na fronteira de MS

Feto tinham cerca de 5 meses e também chegou a ficar carbonizado

Brasil

Pesquisador indígena cataloga 150 plantas medicinais de seu território

Material serve para tratar diabetes, hipertensão e verminose

Brasil

Planejamento da segurança em parques reduz riscos, mas não os elimina

ICMBio não vê falhas sistêmicas que possam ter causado morte de menina