Atualmente, há mais de 600 índios nas universidades de Mato Grosso do Sul, segundo estimativa do Projeto Rede de Saberes. Esse número vem crescendo junto ao de pós-graduandos índios, que fazem mestrado é até doutorado dentro ou fora do estado. Nesta sexta-feira (22) eles se reúnem na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) para pensar a criação de um fórum ou uma rede de pesquisadores indígenas.
O crescimento do número de índios nas universidades é reflexo do trabalho de professores, que se interessam cada vez mais em pesquisar as tradições desses povos e estão mais preocupados em ajudar os índios a permanecer do que apenas entrar na universidade. Os professores perceberam que a universidade precisa estar preparada para recebê-los e criar formas de reconhecer os conhecimentos que eles já trazem de suas comunidades, ou seja, os conhecimentos tradicionais, que por muito tempo foram subestimados pela academia. A idéia desses professores é mostrar que os saberes destes povos são tão importantes quanto o da universidade, então a academia não deve tentar “engessá-los” em métodos científicos, mas ouvi-los e dialogar com eles.
A UCDB tem 40 índios na graduação e seis cursando Mestrado em Educação ou Desenvolvimento Local. O número é maior nas universidades do interior do estado, que ficam mais próximas das reservas indígenas. Estes índios são das etnias Guarani, Terena, Kadiwéu, Ofaié e Kinikinau.
O projeto que trabalha especificamente com os universitários indígenas no MS é o “Rede de Saberes”. Os outros trabalhos de pesquisa e extensão junto aos índios estão articulados ao Programa Kaiowá Guarani, coordenado pelo Dr. Antonio Brand e desenvolvido pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações Indígenas (Neppi), que é coordenado pelo Pe. George Lachnitt.