Empreiteira apontada em investigação da PF como supostamente de Puccinelli e Giroto deixa dívidas de R$ 60 milhões.

Trabalhadores da CGR Engenharia que trabalham nas obras da BR-359, sediados em Alcinópolis, informam que hoje a empresa dispensou 197 empregados, alegando paralisação das obras em função das chuvas na região.

No entanto, os trabalhadores alegam que não devem receber seus direitos trabalhistas (apenas o FGTS) porque a CGR Engenharia entrou com pedido de recuperação judicial na Vara de Falência e Recuperações do TJMS.

Em pedido encaminhado ao juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, a CGR alega que “objetiva equalizar o passivo notadamente bancário no valor aproximado de 60 milhões de reais, como única forma legitima para resguardar a continuidade de suas atividades”.

A data do pedido de recuperação é o último dia 7 de setembro, que deu origem ao processo 006575915.2011.8.12.0001.

Trabalhadores estão desesperados, sem trabalho e direitos

Segundo os trabalhadores da CGR em Alcinópolis, as demissões atingem os canteiros de obras de todo os estado.

Um deles, que preferiu não se identificar, se referindo à falta de pagamento, disse: “Aí é que está o problema, agora tem que pagar a comida, a luz, a água. Os que não moram aqui não têm lugar onde ficar, e sem dinheiro, não podem ir embora”.

Até agora, a direção da empresa, contatada pela reportagem, ainda não se manifestou.

A CGR é uma das empresas do estado que têm a maioria das obras das rodovias federais no MS, como a BR-359, BR-158, BR-262 e BR-060, além de obras estaduais.

Em 2009, a CGR constou do Fiscobras, em superfaturamento na BR-359.

Duas empresas ligadas que foram ligadas ao grupo, Cobravi e Solus, pertenceram ao deputado Edson Giroto até 1999. Na operação Uragano, escutas da PF indicaram a suposta participação de André Puccinelli e Giroto na empresa. Ao noticiar a informação, o Midiamax foi processado por Giroto.