Celular vai receber alerta contra dengue

Com o início da “temporada de dengue” – o período de janeiro a maio costuma concentrar 70% dos casos, o Ministério da Saúde irá utilizar torpedos de celular para mobilizar a população sobre as formas de combate da doença, segundo informações do secretário de Vigilância e Saúde do ministério, Jarbas Barbosa. A ideia é fazer […]

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Com o início da “temporada de dengue” – o período de janeiro a maio costuma concentrar 70% dos casos, o Ministério da Saúde irá utilizar torpedos de celular para mobilizar a população sobre as formas de combate da doença, segundo informações do secretário de Vigilância e Saúde do ministério, Jarbas Barbosa.

A ideia é fazer ações “cirúrgicas”, enviando mensagens sms para a população de algumas cidades.

“Toda semana a gente faz o fechamento dos municípios que notificaram transmissão maior, caso grave. E aí o pessoal dispara torpedo para aquele município”, explica.

De acordo com ele, o envio de mensagens deve começar nesta sexta-feira (4). Os municípios que receberão os primeiros torpedos serão definidos nesta quinta (3), quando as notificações da semana forem atualizadas.

As mensagens fazem parte da campanha organizada pelo ministério para mobilizar a população contra a doença. Entre as ações estão propagandas na TV e no rádio e um site que tira dúvidas sobre a dengue. Segundo o secretário, R$ 40 milhões estão sendo investidos na campanha.

Casos caem, mas tipo de vírus volta a circular
Nas três primeiras semanas do ano, foram registradas 26.034 notificações de dengue no país. O número pode mudar porque seis estados ainda não enviaram dados, mas, segundo o secretário, o total não atingirá os 98.373 casos notificados em janeiro do ano passado.

“Teve uma redução de 74% [na comparação entre janeiro de 2010 e janeiro de 2011]. Isso não quer dizer que a gente possa comemorar nada porque estamos no começo do verão, e essa curva pode mudar”, diz.

Uma das preocupações é com a circulação dos diferentes tipos do vírus. Há quatro tipos, e três circulam bastante no país todo. Segundo Barbosa, o tipo 1 está circulando novamente no Brasil.

“O DENV-1 tinha circulado a última vez no Brasil lá pela metade dos anos 90. Depois disso, a gente teve epidemia pelo DENV-3, e houve recirculação do DENV-2 há dois anos. Um adolescente de até 18 anos já teve contato com o DENV-2 e com o DENV-3, mas nunca teve contato com o DENV-1, então, ele é absolutamente suscetível. Se ele tiver dengue pelo DENV-1, será o segundo ou terceiro episódio de dengue. E aí aumenta a probabilidade de ser um caso grave, a chamada dengue com complicação ou a forma hemorrágica da dengue”, diz.

O foco do ministério é gerar mobilização antes do pico da transmissão da doença. Um estudo do governo aponta que 16 estados têm risco muito alto de epidemia de dengue. Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Tocantins, Mato Grosso, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Outros cinco estados foram classificados como de risco “alto” de epidemia (Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Amapá e Roraima). Entre os de risco “moderado”, além do Distrito Federal, estão Rondônia, São Paulo, Paraná.

“O ministério tem pesquisas de opinião que demonstram que mais de 90% das pessoas têm conhecimento bastante razoável sobre as formas de transmissão da dengue. O que falta é mobilização. Pouco mais de 50% dizem que fazem alguma coisa. Há um descompasso entre informação e mobilização.”
 

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