A Câmara Municipal de Campo Grande aprovou na sessão da última terça-feira (27), requerimento do vereador Alex (PT) solicitando ao prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) e ao secretário de Governo e Relações Institucionais, Rodrigo Aquino, informações detalhadas sobre todo o processo de negociação entre a Prefeitura e a Plaenge para a venda da área na região da Via Parque – na esquina com a Avenida Mato Grosso, ao lado do Parque das Nações Indígenas e na entrada do Parque dos Poderes.

Segundo Alex, as informações do poder público precisam ser justificadas com inteiro detalhamento, até para desfazer todos os tipos de questionamento que possam lançar dúvidas sobre o negócio com a iniciativa privada.

“Os vereadores, de forma geral, mas sobretudo os que formam a base governista, entendem que meu requerimento não é motivado por questão política e está bem calçado pela preocupação com o interesse público. A base governista provou seu compromisso com o interesse da sociedade e votou a favor”, frisou Alex.

“Não há mal algum, ao contrário, é dever do legislativo cobrar e do Executivo informar à sociedade quanto gastou e de que forma utilizou a verba pública”.

Além dos valores envolvidos na transação, Alex quer saber de que forma os recursos foram ou estão sendo utilizados, quais as garantias de sustentabilidade e de respeito ao impacto ambiental foram dadas – a região é cortada por um dos mais importantes mananciais da cidade – e por qual motivo a Prefeitura desistiu de fazer um viaduto ou um corredor alternativo para desengavetar o trânsito no cruzamento entre a Via Parque e a Mato Grosso.

Se não responder ao requerimento em 30 dias, o prefeito e o secretário podem incorrer em crime de responsabilidade.

Convocação

Também de autoria do vereador Alex, foi aprovado outro requerimento no qual a Câmara convoca o secretário municipal de Obras, João Antonio de Marco, para prestar esclarecimentos minuciosos sobre os projetos de mobilidade urbana – que tem previsão de investimentos no valor de R$ 280 milhões – e as obras de revitalização da Avenida Júlio de Castilhos e da Praça Ary Coelho. Para Alex, trata-se de uma questão que impõe condições concretas de transparência e democracia.

“Até agora não se sabe, nos detalhes, onde, como e de que forma a Prefeitura vai gastar esses R$ 280 milhões da mobilidade urbana. O que se tem por enquanto é a informação genérica, distribuída à imprensa. A sociedade precisa saber mais, precisa saber tudo, porque R$ 280 milhões são R$ 280 milhões”, disparou Alex.

O vereador diz que, da mesma forma, existe uma expectativa intensa da população para saber como vão ficar a cidade e as pessoas com as intervenções na Júlio de Castilho e na Praça Ary Coelho.

“Ora, para revitalizar aquela avenida deveria existir uma prévia composição de diálogo entre o executivo e as comunidades diretamente envolvidas. Ali não é só uma questão de trânsito. Há questões de mobilidade, há demandas de moradores e de comerciantes, há demandas de sustentabilidade. Assim é também com a praça, que já sofreu tantas descaracterizações e periga deixar de ser um cartão postal da história da cidade para se tornar apenas um ícone urbano muito bonito, mas sem identificação com o cotidiano e as marcas culturais e históricas dos campo-grandenses”, assinalou.