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Bolívia pede à Unasul que apure repressão a índios

O governo boliviano confirmou ontem que convidou a Corte Interamericana de Direitos Humanos e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para integrar a comissão que investigará a repressão policial contra a marcha indígena que se opõe a uma estrada que está sendo construída por uma empresa brasileira numa reserva indígena. O vice-presidente Álvaro García Linera […]
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O governo boliviano confirmou ontem que convidou a Corte Interamericana de Direitos Humanos e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para integrar a comissão que investigará a repressão policial contra a marcha indígena que se opõe a uma estrada que está sendo construída por uma empresa brasileira numa reserva indígena.

O vice-presidente Álvaro García Linera disse que o governo já sabe quem foi o responsável pela ordem para atacar os manifestantes, mas vai esperar pela investigação da comissão.

O governo ainda suspendeu o depoimento de dois dos três ministros convocados para prestar declarações hoje no Parlamento. Os ministros da Presidência, Carlos Romero, e de Obras Públicas, Walter Delgadillo, integram as negociações com povos guaranis e não poderiam se ausentar do processo. Não foi confirmado o cancelamento do depoimento do novo ministro de Interior Wilfredo Chávez. Seu antecessor, Sacha Llorenti, renunciou na segunda-feira depois de responsabilizar seu vice, Marcos Farfán, que negou envolvimento na repressão e se demitiu.

Os índios marcham desde agosto em protesto pela construção da estrada que dividirá o Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), obra da empresa brasileira OAS, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ontem, os índios confirmaram que vão retomar a marcha até La Paz nos próximos dias.

A repressão causou uma onda de manifestações contra o presidente Evo Morales e desatou uma crise em seu gabinete. Além de Llorenti, a ministra da Defesa Cecilia Chacón pediu demissão e criticou o uso da violência.

Na noite de quarta-feira, Evo pediu perdão aos indígenas e prometeu descobrir quem são os responsáveis pela ordem dada aos policiais para atacar os manifestantes “sem discriminar crianças, mulheres, idosos e homens que se preparavam para jantar na noite de domingo”.

Pesquisas indicam a queda de popularidade de Evo, reeleito em 2009 com 64% dos votos. Segundo sondagem do instituto Ipsos Apoyo, divulgada antes do ataque contra a marcha indígena, o índice de aprovação tinha caído para 37% – o segundo menor desde o início do ano. Em fevereiro, chegou a 32% depois dos protestos contra o aumento do preço da gasolina. A reprovação do presidente é de 51%.

Manifestações em massa provocaram a saída dos presidentes bolivianos Gonzalo Sánchez de Lozada (2003) e Carlos Mesa (2005).

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