Sindicatos de todo país se reúnem nesta segunda-feira para discutir e votar as propostas

A greve dos bancários em Mato Grosso do Sul pode estar perto do fim. Sindicatos do estado e de todo país realizam assembléias, nesta segunda-feira (17), para discutir e votar as propostas apresentadas na última sexta-feira (14), durante a sétima rodada de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em São Paulo.

As propostas específicas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal também serão debatidas.

Caso a categoria aceite e aprove as propostas encerra-se a maior greve dos bancários, dos últimos 20 anos, com fechamento de 9.254 agências em todo o país. Com participação histórica da base do Sindicato de Dourados e Região, que paralisou 100% de sua base territorial composta por 13 municípios. 

A orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), referendada pela diretoria do Sindicato de Dourados é de aceitação das três propostas, com a suspensão da greve e volta ao trabalho a partir desta terça-feira ( 18).

 “As novas propostas são resultado de um intenso processo de mobilização e negociação, que é o caminho que sempre defendemos, sem interferência de atores externos, para que os trabalhadores possam consolidar e avançar nas suas conquistas”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

 A Fenaban propõe reajuste salarial de 9% (inflação do período mais aumento real de 1,5%), valorização do piso da categoria em 12%, (aumento real de 4,3%) e melhorias na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), com elevação da parcela fixa da regra básica (reajuste de 27,2%) e do teto da parcela adicional (reajuste de 16,7%).

A proposta dos bancos inclui também avanços nas condições de saúde, segurança e trabalho.
“Conquistamos uma cláusula que proíbe a divulgação de rankings individuais dos funcionários, como forma de frear a cobrança das metas abusivas, combatendo o assédio moral”, destaca Cordeiro.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, Raul Verão, eles derrotaram a visão atrasada de que salário gera inflação e garantiram a continuidade, desde 2004, da política de recomposição salarial dos bancários, com aumento real pelo oitavo ano consecutivo e valorização do piso.

Segundo levantamento da Contraf-CUT com base nas informações enviadas pelos sindicatos, a greve, que começou no dia 27 de setembro, completa 21 dias nesta segunda-feira e chegou a paralisar 9.254 agências e vários centros administrativos de bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal.

Os dias de greve não serão descontados, mas serão compensados em até duas horas por dia, de segunda a sexta-feira, até o dia 15 de dezembro e, assim como nos anos anteriores, eventual saldo após esse período será anistiado.