Após relatório da Santa Casa, até governista já cogita CPI da saúde na Assembleia de MS

Relatório pede auditoria na Santa Casa com base em dados do DenaSUS e foco de investigação agora será o HRMS. Nos dois hospitais, SPDM tem contratos milionários de ‘consultoria’ com resultados questionados

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Relatório pede auditoria na Santa Casa com base em dados do DenaSUS e foco de investigação agora será o HRMS. Nos dois hospitais, SPDM tem contratos milionários de ‘consultoria’ com resultados questionados

No dia que a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul apresentou o relatório sobre o funcionamento da Santa Casa de Campo Grande, hospital privado, embora seja o que mais consome dinheiro público, o deputado estadual Onevan de Matos, do PSDB, propôs a criação de uma CPI para investigar a qualidade do atendimento médico nos estabelecimentos de saúde do Estado.

A comissão, que apresentou hoje o levantamento feito na Santa Casa, prometeu também inspecionar já no início do segundo semestre o Hospital Regional, administrado pelo Estado. Santa Casa e Hospital Regional são os dois maiores complexos médicos de Mato Grosso do Sul e têm sido criticados por falta de leitos e falhas no atendimento.

Nos dois hospitais, a empresa SPDM é paga com dinheiro público para prestar ‘consultoria’ através de contratos milionários. Os resultados dos serviços têm sido questionados duramente. O ex-diretor da junta interventora da Santa Casa, Jorge Martins, deixou o cargo acusando a empresa de nunca ter oferecido ‘resultado prático’.

Enquanto Onevan de Matos, que é da base aliada do governo Puccinelli, disse que colhe desde hoje as assinaturas para levar adiante a proposta, o presidente da Comissão de Saúde, deputado Lauro Davi, do PSB, acha “desnecessária uma CPI agora”.

Lauro Davi disse que o principal problema na Santa Casa não é a falta de leitos e, sim, a falta de serviços especializados. Ele acha que a fragilidade do setor de saúde no interior do Estado compromete o funcionamento do hospital campo-grandense. Isto é, com a falta de hospitais especializados no interior, os pacientes são levados para a Santa Casa, provocando a superlotação.

Os deputados da Comissão de Saúde da Assembleia fizeram a inspeção na Santa Casa cerca de dois meses atrás.

“A saúde, especialmente no que se refere às condições de atendimento, não acompanhou o mesmo ritmo de desenvolvimento ou de participação para acompanhar o progresso do nosso Estado, haja vista que sempre tivemos como referência o atendimento de qualidade e especialidades em saúde concentradas em nossa Capital, Campo Grande”, diz trecho do relatório.

No estudo, a comissão faz um alerta quanto ao controle de medicamentos no hospital, e pede o “estabelecimento de auditoria analítica de contas médicas e controladoria nos processos de faturamento de contas médicas da Santa Casa para que sejam evitados desperdícios em procedimentos e medicamentos que, conforme relatório do Denasus, têm causado prejuízos à Santa Casa, haja vista que em diversas inspeções, a instituição foi notificada sobre a absoluta falta de controle entre as regras de autorização e os procedimentos realizados, notificando-se os gestores para a devolução de valores financeiros indevidamente gastos”.

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