Após a posse dos 513 deputados federais eleitos no pleito de outubro na manhã desta terça-feira, os candidatos à presidência da aproveitam as últimas horas antes da votação, prevista para as 18h, para angariar apoios. Sandro Mabel (PR-GO), que apresentou uma candidatura avulsa, disse que acredita em uma “vitória silenciosa” contra a pressão que está sofrendo para deixar de concorrer.

Mabel reafirmou que mantém a sua candidatura mesmo com a ameaça de expulsão pelo seu partido, que apoia Marco Maia (PT-RS). “Esse tipo de pressão é antidemocrática”, disse o deputado ao chegar para a cerimônia de posse. Ele afirmou que, após registrar a candidatura, vai percorrer os gabinetes para pedir apoios.

O deputado disse que disputa ideias na mesma base política do governo e que a sua participação no pleito é constitucional. Ele afirmou também que não tem medo de ficar isolado, pois tem muitos amigos. “Partidos querendo o nosso trabalho tem muitos”.

Já Marco Maia, que conta com o apoio da maioria das bancadas, foi irônico ao comentar as últimas iniciativas do seu concorrente na disputa, que enviou uma carta à presidente para pedir o não contingenciamento das emendas parlamentares. Para Maia, a relação do Legislativo com os demais poderes deve ser pautada pelo diálogo firme e não ser feita por meio de cartas.

Em encontros com aliados, Maia reforçou o discurso em defesa do critério da proporcionalidade, pelo qual o maior partido, no caso o PT, tem o direito de indicar o novo presidente da Casa. Marco Maia, que presidiu os trabalhos de posse dos deputados, também disse que o fortalecimento e o respeito do Parlamento serão conseguidos por meio da votação de uma pauta positiva, que inclua as reformas política e tributária e os projetos de combate às drogas e à pobreza.

Ao serem empossados, os novos deputados conferiram seus nomes no painel eletrônico de votações do plenário. Eles estão prontos para iniciar os trabalhos de 2011 no final da tarde quando vão eleger, além do novo presidente, dois vices-presidentes, quatro secretários e três suplentes, que compõe a Mesa da Casa. Segundo a Câmara, a votação será secreta e, para ser eleito em primeiro turno, o candidato precisará de mais de 50% dos votos válidos dos deputados.