O Plano Diretor de Campo Grande é citado pelos ambientalistas porque defende a 'sustentabilidade ambiental'. Para bombear o lençol freático, prédio da Plaenge consome energia elétrica e água limpa, que despeja na rede de captação pluvial
O Plano Diretor de Campo Grande é citado pelos ambientalistas porque defende a ‘sustentabilidade ambiental’. Para bombear o lençol freático, prédio da Plaenge consome energia elétrica e água limpa, que despeja na rede de captação pluvial
Ambientalistas citam o próprio Plano Diretor do Município de Campo Grande para questionar o desperdício da água que é bombeada diretamente do lençol freático sob o edifício Pablo Picasso, construído pela Plaenge, para um bueiro na frente do prédio. O documento municipal defende, já no primeiro parágrafo, a ‘sustentabilidade ambiental’, bem como a utilização racional e sustentada dos recursos naturais.
Apesar disso, a técnica empregada pela Plaenge, que fez o moradores do edifício entrarem na justiça contra a construtora pelo suposto aumento na conta de energia elétrica, é considerada ambientalmente correta pela construtora e pela Prefeitura Municipal.
O coordenador do Formads (Fórum de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Mato Grosso do Sul) e ambientalista Haroldo Borralho discorda. “Do ponto de vista ambiental o que eles fazem é um descalabro”, acusa.
Segundo ele, a sustentabilidade estaria em aproveitar os recursos envolvidos, no caso, a energia elétrica consumida no bombeamento, e a água bombeada, ao invés de simplesmente despejar tudo no bueiro.
“Se utilizam energia elétrica e se ela é cara, por isso a ação judicial dos moradores contra a Plaenge, a sustentabilidade ambiental e utilização racional do recurso estaria em usar essa água no prédio para molhar plantas, lavar calçadas e não jogá-la no bueiro, como estão fazendo”, pondera o ambientalista.
Em nota, a Plaenge alega que a “solução de engenharia é autorizada pelos órgãos competentes e não causa desperdício porque devolve a água para o meio ambiente”.
“O córrego e as águas do lençol freático não são da Plaenge para ela decidir o que fazer com esse recurso natural. Onde estão o Ministério Público e a Promotoria de Meio Ambiente para interferir nesta situação? Se fosse aplicada a legislação ambiental, o prédio já teria sido interditado”, afirma Haroldo.