O candidato do PSDB à sucessão presidencial, José Serra, considerou hoje “um grande estelionato eleitoral” a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) de proibir a veiculação de reportagens sobre investigação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra o governador Carlos Gaguim (PMDB), candidato à reeleição. Ao participar de encontro com mulheres organizado por sua esposa, Mônica Serra, no Esporte Clube Sírio, em São Paulo, o presidenciável relacionou o caso, que envolve suspeita de fraude em licitações, ao PT, sigla que apoia Gaguim no Tocantins.

“É uma aberração completa na semana da eleição. Um escândalo daquele tamanho, de roubalheira de dinheiro público, e eles conseguem que seja proibido para os jornais e para a imprensa divulgar o que está acontecendo”, afirmou. “É o esquema político do PT, porque trata da candidatura do PT no Tocantins”, acrescentou. Durante o discurso, o candidato foi ainda mais incisivo, elogiou o trabalho da imprensa e criticou os petistas. “O Brasil está chegando a um ponto em que tem que ter uma mudança no sistema de poder”, disse.

“As investidas contra a imprensa chegaram agora a um ponto máximo, através de uma decisão de um que simplesmente sonega da opinião pública um dos maiores escândalos aprontados nesta campanha pela coligação do PT no Tocantins”, acusou, referindo-se ao desembargador Liberato Póvoa, autor da proibição. “Essas questões da Casa Civil, de sigilo, a culpa para os petistas sempre foi da imprensa. A imprensa tem a culpa pelos desmandos, maracutaias e desvios de dinheiro”, ironizou.

Serra acusou o PT de querer amordaçar a imprensa. “Como se não bastasse a pressão e a opressão sobre a imprensa, que denuncia os problemas e desvios de dinheiro público, agora conseguiram uma proibição de que se fale do assunto. É algo lamentável.” Para o candidato, é preciso derrubar a liminar concedida pelo desembargador. “Nós temos que fazer todo o esforço para derrubar essa decisão equivocada de um juiz equivocado”, afirmou.