Dorival Júnior não teve forças para manter, sozinho, o afastamento de Neymar e acabou pagando com o próprio emprego. O técnico, que assumiu o Santos no início do ano, acabou demitido após uma reunião da diretoria na noite desta terça-feira.

Depois de noites maldormidas e consultas a alguns dos mais importantes treinadores do futebol brasileiro, o técnico havia decidido tirar o atacante do clássico contra o Corinthians, nesta quarta, às 22 horas (de Brasília), na Vila Belmiro, ainda como parte da punição por ter sido xingado pelo jogador no jogo contra o Atlético Goianiense, na quarta passada. O Santos será conduzido, interinamente, por Narciso, comandante do time sub-20.

Na tarde de segunda, quando os jogadores se reapresentaram no CT Rei Pelé, Neymar estava no grupo e tudo indicava que voltaria nesta quarta. O que fez Dorival mudar de ideia foram os conselhos de treinadores top, que lhe disseram para agir com mais rigor para não comprometer a sua carreira, passando a imagem de profissional sem pulso.

O ex-treinador santista reafirmou que a decisão foi tomada sem consultas à outras pessoas da equipe. “Tomei a decisão agora à tarde e ainda não comuniquei ao Neymar e nem ao presidente (do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro)”, disse o treinador, sem esconder a tensão, numa das mais longas entrevistas que deu desde que assumiu o comando santista, nesta terça, no CT Rei Pelé. “Estou fazendo o melhor para o atleta porque houve uma situação muito desagradável e espero que Neymar volte com outra cabeça. Não estou punindo por prazer e sim por necessidade”.

Agora sem Dorival Júnior no comando, a expectativa é que Neymar enfrente o Corinthians nesta quarta, em jogo decisivo para as pretensões santistas de conquistar a tríplice coroa na temporada – já ganhou o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil.