O secretário estadual de Habitação, Carlos Marun se reuniu hoje com uma comissão de 10 pessoas que foram despejadas de um terreno de 40 hectares próximo ao residencial Iguatemi, saída de Cuiabá na região do Nova Lima na última sexta-feira (22) em Campo Grande.

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) e o presidente do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza, Paulo Ângelo de Souza, participaram representando os moradores.

Após a reunião, o secretário informou em coletiva que a comissão detectou 228 famílias que “realmente precisam” de uma casa. O secretário também informou que não prioriza de forma alguma os invasores e que a condição social e a necessidade da moradia é o que vai definir a escolha.

Num consenso, essas 228 famílias receberão visita domiciliar de técnicos da Agehab (Agência Estadual de Habitação) num prazo de 15 dias. “Os técnicos farão as visitas onde elas estão, na casa da mãe, parente ou de favor”, disse.

Ele não afirmou se algumas famílias já podem ser contempladas no próximo projeto de entrega que ocorrerá dentro de 90 dias.

Perguntado em relação aos possíveis aluguéis das casas populares, Marun reconheceu que de fato existe. Ele argumentou que juridicamente a Agência não pode fazer muita coisa, pois se caso o dono da casa provar que ficou três meses para fora para trabalhar não há muito o que fazer, citou como exemplo.

Em relação a possíveis vendas, o secretário respondeu que a venda é juridicamente irregular. Porém se a fiscalização constatar que a pessoa que comprou está devidamente em dia com as prestações e que realmente ela é de baixa renda, não há motivos para retirar a pessoa, como uma forma de utilizar o bom senso.

Despejo

No último dia 14, por determinação judicial ao menos 40 homens da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) despejaram 33 famílias que ocuparam por um mês e meio as casas do residencial Iguatemi.

No outro dia (15), os mesmos moradores invadiram um terreno de 40 hectares próximo ao residencial Iguatemi, numa área particular ao lado do frigorífico J.B.S. Friboi.

Passou uma semana, no local já havia por volta de 660 famílias num total aproximado de 2 mil pessoas, que foram retiradas por ordem judicial na última sexta-feira (22).