Na avaliação do deputado estadual Pedro Teruel (PT) o apoio do governador André Puccinelli (PMDB) à presidenciável do PT, ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, poderia garantir uma campanha com menos agressões em Mato Grosso do Sul.
“Se ele [André] estiver com Dilma não haverá debate das propostas nacionais no Estado, uma vez que Zeca também defenderá o projeto do PT. Sobrará apenas o debate sobre a questão estadual”, argumenta.
O contrário aconteceria se André decidisse apoiar a candidatura de Serra. O debate sobre a questão nacional pode acabar influenciando os ânimos quando da discussão da questão local.
O deputado não acredita que André e Zeca cheguem a fechar um pacto formal de não agressão caso o governador esteja com Dilma. “Porém, a ideia da não agressão surgirá naturalmente. Mesmo porque tanto André quanto Zeca já disseram que só atacarão se forem atacados”, diz.
Neste cenário, a campanha de ambos se limitaria a comparações das realizações de cada governo.
Quando da visita presidencial ao município de Três Lagoas, André teria sido sondado por Lula para apoiar Dilma. Se assim ocorrer, Lula não viria ao Estado pedir votos para Zeca do PT, do contrário ele entrará na campanha a favor do petista.
Por enquanto, o governador afirma que nada decidiu sobre o assunto e que não vê o posicionamento de Lula como uma ameaça para impedi-lo de apoiar Serra.
O governador ainda usou poesia para, segundo análise de sua assessoria de imprensa, dizer que escolherá quem mais beneficiar Mato Grosso do Sul.
“Ficarei com o que me retribuir o amor ardente, que já nos olhos meus tão puro viste”, disse incorporando à fala o Soneto 19 de Luiz Vaz de Camões, considerado o poeta mais expressivo da língua portuguesa.
