Reserva em condomínio de classe média vira foco de mosquito da dengue
Moradores próximos à mata reclamam da incidência elevada da doença, em cada casa tem gente infectada ou que já contraiu dengue
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Moradores próximos à mata reclamam da incidência elevada da doença, em cada casa tem gente infectada ou que já contraiu dengue
Campo Grande vive momento crítico com o aumento do número de casos de dengue, mas a preocupação dos moradores da rua Maria Inês de Souza Gomes, no bairro Maria Aparecida Pedrossian, é maior. E o motivo é o vizinho: um bosque de propriedade do condomínio de classe média Dhama, em que se proliferam insetos de todos os tipos, inclusive o Aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus da dengue.
Basta caminhar pela rua para ouvir histórias de gente que está ou já contraiu a doença. Cansados de pedirem providência aos órgãos responsáveis, o aposentado Luiz Carlos Ferreira, 59 anos, morador do bairro, entrou em contato com a equipe do Midiamax para denunciar o “depósito de mosquitos” que se transformou a reserva florestal Manoel de Barros Filho.
“Como a mata é fechada, o acúmulo de água aí dentro é grande, o que serve de criadouro para o mosquito da dengue”, reclama o morador ao ressaltar que providências deveriam ser tomadas pelo proprietário do local, no caso, o conjunto habitacional Dhama.
Ferreira acabou de pegar a dengue pela segunda vez. A primeira foi em 2006. “Dessa vez ela veio mais forte. Me derrubou, cheguei a desmaiar algumas vezes”, conta o aposentado que mesmo com dores no corpo fez questão de percorrer a rua que mora para a reportagem do Midiamax conversar com os vizinhos.
Poucos metros pra frente da casa onde Ferreira mora com a esposa, Terezinha dos Santos Ferreira, 53 anos, mãe e filha estão com dengue. A mãe coloca a culpa não só na reserva mas como na própria população. “Tem muita água parada aí dentro (em referência á mata), mas ninguém toma providência. A culpa também é das pessoas que acabam jogando lixo onde não é pra jogar”.
O casal Ferreira conta que mora na rua há pouco mais de cinco anos e que antigamente o carro com o fumacê passava sempre mas que faz algum tempo que não se tem sinal do carro. “Eles pediam para deixarmos as janelas abertas e nós ficávamos tranquilos. Não tinha esse tanto de mosquito que tem hoje. De repente pararam de passar”, conta Terezinha indignada.
A situação está tão crítica que Ferreira pensa em se mudar do bairro. “É uma pena, o local aqui é muito gostoso, mas não dá para conviver com essa situação. Pensamos em nos mudar daqui sim”, afirma.
O local que antes servia de caminhada e de ponto de encontro para jogar conversa fora com os vizinhos, hoje está deserto de gente e dominado pelo mosquito transmissor da dengue. “Não dá para ficar lá fora conversando, estamos com medo da dengue”, finaliza a moradora do bairro.
Conforme divulgado hoje (6) pelo site da Agência Brasil, os casos de dengue cresceram em cinco estados do país no primeiro mês de 2010, dentre eles, Mato Grosso do Sul. A SES (Secretaria de Saúde do Estado do Mato Grosso do Sul) está em alerta devido ao aumento da incidência dos casos da doença.
(Matéria editada para correção)
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