A raça de cães pit bull pode ser banida do Brasil se um projeto de lei que tramita no Congresso for aprovado. A intenção é fazer ainda que os proprietários de animais que atacarem as pessoas respondam criminalmente. A medida adotada para acabar com a proliferação da raça é a esterilização dos machos. Se for aprovada a lei, os cães também só poderão circular em lugares públicos de coleira e focinheira.

Assim como em diversas cidades do país, Três Lagoas não ficou livre dos ataques de pit bull. Apesar disso algumas pessoas acham que o extermínio é considerado uma medida exagerada. Segundo o médico veterinário Alessandre Dias, os pit bulls são cães de guarda, mas não são necessariamente agressivos. Ele conta que a raça já foi utilizada em manejo de gado em outros países. O próprio nome bull, em inglês, quer dizer touro.

“Alguns proprietários dessa raça perceberam o potencial do animal e passaram a criá-lo para lutas e estes cães já chegaram ao Brasil com a agressividade aguçada”. Dias revela que, na criação de qualquer tipo de animal, a maneira como os donos lidam com ele, vai influenciar em seu comportamento.

O veterinário acredita que o número de ataques de pit bulls nem seja tão grande assim em Três Lagoas. “A divulgação é maior por que a raça está em evidência”. Ele comenta que já soube de um pintcher, raça de pequenop porte, que deixou uma criança cega. Em outro caso, um york shire, também pequeno, atacou um recém nascido.

Dias defende que todos os donos de animais tenham em mente os “mandamentos” da posse responsável. Há diferenças entre as raças que devem ser levadas em consideração. Por exemplo, labradores, são cães de companhia, por isso são mais dóceis; os pit bulls são cães de guarda, por isso são mais arredios. “Mas qualquer animal pode ficar agressivo se for condicionado pelo dono”.

Embora seja contra o extermínio, Dias é a favor dos cães saírem somente com focinheira, para evitar acidentes, e também acha que os donos devem responder criminalmente pelos ataques. “Criar um cão para brigas é o mesmo que ter uma arma em casa, ou seja, o proprietário está ciente do que pode acontecer”.