A quebra dos sigilos fiscais de Luiz Carlos Mendonça de Barros, Verônica Serra, Eduardo Jorge Caldas e outros , ligados ao candidato José Serra, vinha sido atribuída ao PT por líderes do PSDB. Nesta semana, porém, as apurações da Polícia Federal conduzem a um caso de investigação interna no partido por motivação política.

O Amaury Ribeiro Júnior confessou ter contratado o serviço ilícito de investigação. E em depoimentos à Polícia Federal, afirmou que José Serra procurava montar dossiê contra Aécio Neves, que à época do pedido, em dezembro de 2007, era governador de Minas Gerais.

A declaração foi dada no último dia 15 e o documento foi obtido pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Amaury disse que decidiu, por conta própria, elaborar um dossiê. À época, ele trabalhava no jornal O Estado de Minas. Segundo ele, após obter informações de suas fontes jornalísticas, ele consegui descobrir que se tratava de “grupo que trabalhava pra José Serra, sob o comando do deputado federal Marcelo Itagiba”.

Segundo ele, no grupo havia pessoas ligadas ao SNI (Serviço Nacional de Investigação).

O pedido teria partido de Marcelo Itagiba, delegado e à ocasião deputado tucano carioca, muito ligado a Serra e comandante do serviço de inteligência da Polícia Federal durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso na presidência.

Itagiba montou, então, ação com ex-agentes da Polícia Federal e da Abin (órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência) para vasculhar ações de Aécio e procurar supostas irregularidades.

Aécio tinha interesse em ser candidato do PSDB à presidência e, como tem alto índice de aprovação principalmente em Minas Gerais, colégio eleitoral quase sempre decisivo, era uma barreira para Serra.

Em abril, o jornalista fez chegar aos ouvidos petistas a apuração, pois tinha interesse em participar da campanha de Dilma Rousseff. Mas o grupo que procurou não participou da campanha.

Para o presidente do PT, José Eduardo Dutra, o resultado das investigações “comprova o que dizíamos desde o início” sobre o suposto dossiê, de que “não houve solicitação, encomenda, ou ligação do PT ou da campanha” [de Dilma] relativa à quebra de sigilo de pessoas ligadas a Serra.

– O que constatar é que caiu por terra qualquer tentativa do candidato Serra de dar forma de estrela a esse episódio, a esse bicho. Esse bicho tem perna, pena e bico de tucano.

Dutra afirmou que ainda falta descobrir o “motivo”, daí o pedido de investigação sobre a suposta central de espionagem de Serra.

– Não temos nem tivemos qualquer responsabilidade nesse episódio. Pedimos o primeiro inquérito, fizemos aditamento e agora a partir do que foi informado hoje estamos solicitando investigação dessa central de espionagem comandada pelo deputado Marcelo Itagiba, que além de tucano é araponga contumaz.