No domingo, a cidade de Ivinhema realizou o 16º Encontro de Capoeira e a 1ª Apresentação de Capoeira adaptada para a Terceira Idade. O evento reuniu vários mestres desse esporte dos estados do Paraná, São Paulo e de outras cidades do Mato Grosso do Sul. Foi promovido pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Assistência Social em parceria com o grupo de capoeira Memória. Na ocasião, foi feita também a graduação de vários alunos – entre crianças e adolescentes – inscritos em projeto do Município e da Ong Sagrado Coração.

“Participar da capoeira é muito bom. Uma atividade física saudável e que traz muita alegria. No geral, as ações nos Centros de Convivência dos Idosos em Ivinhema são muito animadas. A gente participa de jogos regionais, estaduais e tudo com muita alegria”. Essas palavras são de autoria de Luiz Antoniolli, de 67 anos, um dos frequentadores assíduos da Terceira Idade. Para ele, não há limite de idade quando se pretende fazer alguma atividade.

O instrutor do grupo da Terceira Idade, Lidemar Augusto da Silva (professor Cabelo) destaca como tem sido o trabalhar com esse tipo de público. “É uma experiência maravilhosa porque vejo a vontade, a determinação e o cuidado com que eles têm com a própria saúde. O maior prazer é este. Os idosos veem que é possível superar as próprias dificuldades. A nossa cidade está com potencial grande. Em dois meses que iniciamos com a capoterapia e já reunimos 80 alunos. Isso mostra que o pessoal está se preocupando com a qualidade vida”.

Da mesma forma pensa o mestre de capoeira Noir Aranha, conhecido como ‘Mestre Aranha’. “Mestres antigos da capoeira já afirmavam que esse esporte é para homem, menino e mulher. Só não pratica quem não quer. Esse é o 16º que participamos em Ivinhema e cada vez nos surpreende ainda mais. A prática da capoeira desenvolve habilidades. Os exercícios dessas atividades têm ajudado na recuperação de massa muscular que uma pessoa a partir de certa idade começa a perder. Com a capoeira ajuda muito neste aspecto e até a melhorar a qualidade de vida dessa clientela”.

Para o mestre Aranha, este esporte tem ainda um papel social. “Grandes educadores disseram que a educação de um povo não pode se desvencilhar de sua cultura. A capoeira como uma cultura do nosso país não pode estar desvinculada dos meios educacionais e dos projetos sociais, tal como vem ocorrendo aqui em Ivinhema. Ela está inserida nas escolas e é trabalhada muitas vezes com crianças que estão em condição de risco social. A capoeira aparece como uma ferramenta de autoafirmação para que a criança possa crescer e se tornar um cidadão responsável”.

Há alguns anos a prefeitura incentiva ações como esta. Neste projeto participam aproximadamente 100 pessoas, entre os grupos do Projovem Adolescente, da Terceira Idade e de outras pessoas atendidas pelo CRAS – Centro de Referencia de Assistência Social de Ivinhema. Uma parceria é também feita com o CCI – Centro de Convivência do Idoso.

“Este ano foi uma novidade muito grande termos a Terceira Idade participando do Evento. Para que desse certo o instrutor fez um curso específico de capoeira adaptada. Os trabalhos aqui na nossa cidade têm sido muito intensivos. A administração do prefeito Renato Câmara tem atuado no sentido de fazer parcerias. E as parcerias que temos feito estão se saindo muito bem e com resultados super positivos”, destaca o secretário interino da SASTH – Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação, Sebastião Messias de Souza.

Capoterapia – É uma terapia utilizando elementos da capoeira adaptada para pessoas da terceira idade, respeitando a condição física, as potencialidades, os limites e as características psicológicas individuais da clientela. Doenças como a arteriosclerose e a artrite, entre outras, podem ser evitadas, ou mesmo tratadas, a partir da prática orientada de exercícios físicos.