prefeito de Terenos, Beto Pereira, revelou que apoia e votará em candidatos da coligação adversária; escolha se deve a razões administrativas

Presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), o prefeito de Terenos, Beto Pereira, do PSDB, revelou hoje que apoia e votará em candidatos da coligação adversária. Assim, como outros prefeitos do Estado, sua escolha para as eleições deste ano se deu por razões administrativas não por partidarismo ou ideologia (veja ao final da matéria).

Beto Pereira diz que votará em Dilma Rousseff, do PT, para presidência da República e André Puccinelli (PMDB) para governador. Os candidatos ao Senado são Murilo Zauith (DEM) e Dagoberto Nogueira (PDT). Também declarou voto em Fábio Trad (PMDB) para deputado federal e Jerson Domingos (PMDB) para estadual.

A petista Dilma Rousseff é a principal adversária do tucano José Serra na corrida ao Palácio do Planalto. O candidato ao Senado Dagoberto Nogueira está inserido no grupo adversário em MS, liderado pelo ex-governador Zeca do PT. Os demais nomes escolhidos por Beto Pereira figuram na mesma coligação do PSDB no Estado.

Sobre Dagoberto, o prefeito de Terenos explica que o deputado federal tem ajudado o município. “Ele é parceiro da nossa administração. Recentemente, ele conseguiu a liberação de R$ 500 mil para recapeamento de ruas de Terenos”, relata.

No lugar de Dagoberto, Beto poderia ter escolhido o também deputado federal Waldemir Moka (PMDB), parceiro de Murilo na chapa de Puccinelli. Moka rivalizou com o pai do prefeito, o senador Valter Pereira, pelo direito de concorrer ao Senado nas eleições deste ano.

Moka saiu vitorioso das prévias marcadas por polêmicas e acusação de compra de votos. Valter rompeu politicamente com Puccinelli por acreditar que ele tenha usado a máquina pública para favorecer Moka e hoje apoia Zeca do PT. Porém, Beto apoia André que manteve parcerias com sua administração.

Já sobre Dilma, o argumento é o apoio do governo de Luiz Inácio Lula da Silva ao município. “Dilma representa o governo Lula. E não houve ainda um presidente que tenha atendido mais o município do que o atual”, conta o prefeito.

O senador Valter Pereira também apoia a petista e, inclusive, é um dos coordenadores da campanha da presidenciável em Mato Grosso do Sul.

Ao contrário do filho, Valter está inserido na decisão nacional de seu partido. O PMDB participa da chapa de Dilma tendo indicado o candidato a vice, Michel Temer. Mas, localmente, o PMDB, liderado por Puccinelli, declarou apoio a Serra.

Beto que filiou-se ao PSDB em outubro do ano passado, deixando o PMDB, afirma que não tem sofrido qualquer pressão das lideranças de seu atual partido por declarar voto em nomes do campo adversário.

“Não acredito em nenhum tipo de perseguição ou cobrança. Estou convicto das decisões que eu tomei. Estou apoiando pessoas que contribuíram para o desenvolvimento do município e para o sucesso de minha administração”, justifica Beto Pereira.

Os partidos têm mecanismo para punir filiados que contrariem decisões da legenda. A reportagem buscou contato com o presidente regional do PSDB, deputado estadual, Reinaldo Azambuja, mas o telefone celular dele estava desligado.

Prefeitos têm chapa eclética

Reportagem divulgada pelo Midiamax em 9 de agosto apontou que prefeitos de cidades importantes de Mato Grosso do Sul têm declarado abertamente apoio a candidatos da coligação adversária.

Entre os prefeitos que admitiram chapa eclética aparecem Ari Artuzi (PDT) de Dourados, Flávio Kayatt (PSDB) de Ponta Porã, Celso Vargas (PTB) de Maracaju. O próprio prefeito da Capital, Nelsinho Trad (PMDB), contraria decisão do partido local no que diz respeito às eleições presidenciais. Ele defende a candidatura de Dilma enquanto que o PMDB de MS, como já foi mencionado, definiu-se pelo apoio a Serra. Saiba mais na notícia relacionada.