O novo presidente do PT, José Eduardo Dutra, disse neste sábado que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) continuará no governo até o fim de março, mesmo com o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República, que será anunciada hoje.

“Estamos agindo estritamente dentro da lei”, afirmou, ao chegar ao 4º Congresso Nacional do PT, em Brasília.

Dutra disse ainda que a indicação do vice na chapa de Dilma caberá apenas ao PMDB e que “não cabe ao PT dar palpite”. Ele ressaltou, porém, que Dilma terá que ser ouvida na questão.

Ontem, o PT aprovou as diretrizes para o programa de governo da ministra em 2010 caso a petista seja eleita presidente da República em outubro.

Os petistas mantiveram no texto a disposição de firmar alianças com partidos de centro-esquerda em torno do nome de Dilma, mas não fizeram menção específica à aliança com o PMDB –tese defendida por alguns delegados do partido.

O deputado José Genoino (PT-SP) apresentou emenda que pedia a inclusão, no texto, da aliança prioritária com o PMDB nas eleições de outubro. A emenda acabou derrubada pela maioria dos delegados, que mantiveram o texto original –que menciona apenas a necessidade de o PT “fortalecer um bloco de esquerda e progressista, amparado nos movimentos sociais”.

O partido cita, no texto, apenas o PSDB, DEM e PPS como opositores diretos do PT nas eleições de 2010. “De um lado, os neoliberais representados pela aliança DEM/PSDB/PPS, derrotados em 2002 e 2006, encurralados ideologicamente depois da crise econômica global e sem projeto para o país. De outro, o projeto popular implementado por Lula que levou o Brasil a deixar o papel de ator coadjuvante na cena mundial”, diz o texto.

O ex-presidente do PT Ricardo Berzoini (SP) disse que o partido não pretende priorizar alianças porque considera que todas as legendas da base são importantes para as eleições presidenciais.

Genoino, autor da emenda, disse que seu desejo era apenas explicitar a aliança com o PMDB, mas demonstrou estar de acordo com a manutenção do texto original. “A divergência não era de fundo. Ficaram as alianças em geral. Estamos com a política de aliança que preconiza um bloco de forças de esquerda e de centro”, afirmou.

O PT ainda diz, no documento, que tem como meta manter os cinco governos estaduais conquistados nas eleições de 2006, com a ampliação desse número. A meta do partido, explicitada no texto, é eleger Dilma presidente da República em outubro.

“O 4º Congresso Nacional do PT delibera que o objetivo principal do nosso partido em 2010 é a eleição da companheira Dilma para presidenta do Brasil”, diz o texto.