Em 2008, o PIB (Produto Interno Bruto) de Corumbá foi de R$ 2.846 bilhões. Dividido pelo número de habitantes, o PIB per capita da cidade foi o segundo maior de todo o Mato Grosso do Sul, com R$ 28.693,20, atrás apenas de Chapadão do Sul, que registrou R$ 31.017,14.

Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e foram divulgados na última semana. De acordo com o consultor econômico, Raul Assef Castelão, o principal responsável por este desempenho foi o setor extrativo.

“O PIB é a somatória de todos os bens e serviços produzidos no ano, o que nos leva a entender que tivemos um crescimento em relação ao ano anterior. No caso especifico da cidade de Corumbá, após o início desta década, alguns setores como os de bens primários (commodities) passaram a ter grande destaque no mercado mundial. E Corumbá apresenta uma característica muito forte para fornecimento destes bens como, por exemplo, o minério”, explicou ao Diário.

Segundo o economista, o ritmo acelerado de crescimento de outros setores fez com que a economia da cidade passasse a registrar um alto crescimento. “É claro que existem outras questões neste resultado, mas o que tem maior peso e que influenciou a economia local foi o forte ritmo de crescimento econômico de outros países que passaram a demandar mais dos nossos produtos.

Pela história econômica, quando um setor é estimulado os demais sofrem um efeito (em menor e maior grau) e aí temos o crescimento do PIB”, continuou.

Este crescimento afeta diretamente o cotidiano da população. “Suponhamos que o PIB tenha crescido; logo um dos prováveis efeitos é que se a economia está crescendo, o salário mínimo também deverá crescer; mais empregos serão gerados, pois teremos assim um efeito multiplicador nos diversos setores”, exemplificou. Na avaliação do consultor, a expectativa para a cidade é consideravelmente alta para os próximos anos.

“Não somente devido aos investimentos do setor de mineração, mas ao turismo e serviços também. E claro, não podemos nos esquecer do comércio. O bom momento econômico vivido pelo País pode ser sentido em Corumbá. A grande questão que temos debatido dentro da academia é saber se iremos saber aproveitar este movimento otimista”, completou.

Para Raul Assef, é preciso haver mobilização da população para que estes investimentos sejam efetivados na região, não somente da área de mineração, mas dos demais segmentos econômicos. “Para que isso aconteça, temos que ter estratégias formadas com visão de longo prazo; dessa forma poderemos estimular ainda mais o potencial corumbaense”, reforçou o economista.

A avaliação é bastante semelhante à do prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT). “O crescimento do PIB significa que o município tem maior movimentação econômica, que a cidade tem capilaridade para atrair novos investimentos e que Corumbá se consolida como importante polo industrial no Mato Grosso do Sul”, comentou o chefe do Executivo Municipal ao Diário.

“Criou-se uma expectativa muito favorável de incrementar ainda mais essa atividade (mineração), principalmente, se agora, conseguirmos um pouquinho do aproveitamento desse minério em nosso território. Ou seja, que nós tenhamos a siderurgia, de fato, consolidada e também uma planta de aço a ser implantada aqui, dada toda essa riqueza que temos em nosso município. Os números são animadores e nos dão uma condição de que novos empreendimentos estão para ser oportunamente implantados aqui no nosso município”, complementou Ruiter.

De acordo com o levantamento do IBGE, o Mato Grosso do Sul produziu R$ 33.144.944,00 em 2008, o que representa 1,09% do PIB nacional, que atingiu R$ 3.031.864.490,00. Seguindo tendência nacional, o Estado concentra mais da metade (55,6%) do PIB em apenas 5 municípios: Campo Grande, Corumbá, Três Lagoas, Dourados e Ponta Porã.