Os países membros do Fundo Monetário Internacional (FMI) pediram neste sábado (9) à instituição que aprofunde seu trabalho sobre os desequilíbrios cambiários mundiais e evite assim a chamada “guerra cambial”.
Diversos países, entre eles Estados Unidos e Brasil, reclamam de outras nações, sobretudo emergentes, que estariam forçando a desvalorização de suas moedas como forma de beneficiar suas exportações.
Depois das advertências do ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, de que essa guerra já está acontecendo, o Fundo recebeu o encargo de também vigiar este aspecto da economia que está prejudicando inúmeros países emergentes.
Os desequilíbrios monetários dominaram a reunião semestral do FMI neste fim de semana emWashington, onde não se pôde obter uma resposta consensual para a situação, que foi definida como uma “guerra cambial”.
As tensões cambiais têm estado no centro do encontro do FMI, depois que países como Brasil, Coreia do Sul e Japão implementaram medidas para conter o valor de suas moedas.
Anfitrião do encontro, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse que muitos países consideram suas moedas como uma “arma” e que isso “certamente não é bom para a economia global”.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) se posicionou, neste sábado, para atuar como árbitro principal da crescente contenda global cambial. “Todos chegamos a conclusão de que o FMI é o lugar para lidar com estas questões, taxas de câmbio e outros”, disse Youssef Boutros-Ghali, ministro das Finanças do Egito e presidente do IMFC (comitê consultivo do FMI).
Boutros-Ghali disse que o FMI iria fortalecer a supervisão já existente e se transformar em referência para questões cambiais. Ele disse que o FMI também quer desempenhar um papel maior na correção de outros desequilíbrios globais, incluindo acumulação de reservas por alguns países, como a China, Japão e Brasil e fluxos de capital que distorcem o mercado.