Pacientes com fratura esperam há mais de 24h para se submeter a cirurgia na Santa Casa

Problema seria a alta demanda, assessoria diz que urgências têm preferência, inclusive outros com fratura exposta também aguardam

Pelos menos oito pessoas vítimas de acidentes estão esperando para fazer cirurgias na Santa Casa de Campo Grande. A denúncia é representante do sindicato dos técnicos de enfermagem João Sabiá.

Wanessa Santos Ovídio, de 23 anos, aguarda desde a madrugada junto com marido acidentado que precisa fazer uma cirurgia na perna. José Paulo Thomas de Amorim, de 28 anos, se acidentou em uma máquina no frigorífico onde trabalha e teve cortes profundos na perna.

“Desde dá uma hora da manhã estamos aqui e até agora nada, eles falaram que ia precisar fazer uma cirurgia e nos deixaram aqui. Eles só olharam e colocaram um faixa e disseram para aguardar”, reclama a esposa de Amorim.

Ela denuncia também o descaso com acompanhantes dos pacientes. “Nós temos que ficar de pé porque não tem nem cadeira para sentar, é uma pouca vergonha”, afirma Wanessa.

Já Eliane dos Santos Maidane, de 39 anos, aguarda desde o início desta manhã atendimento da filha, Ariele dos Santos Mathias Nogueira, de 15 anos, que foi atropelada por um ônibus.

“Minha filha foi acidentada de manhã está com a perna toda arrebentada e ainda quebrou um dedo da mão e só disseram que ela precisava uma fazer cirurgia e mais nada, enquanto isso minha filha fica chorando de dor”, conta Eliane.

Santa Casa

Por meio da assessoria de imprensa, a Santa Casa informou que há pelo menos cinco pessoas com fraturas expostas que entraram ontem (22) para atendimento que ainda aguardam para entrar na sala de cirurgia.

Ainda de acordo com a Santa Casa, tanto José Paulo como Ariele do Santos deram entrada hoje (23) no hospital e há pacientes com maior gravidade que já aguardavam na fila para as cirurgias. Os dois aguardam o atendimento na sala de gesso.

Segundo a assessoria da Santa Casa, o Centro Cirúrgico realiza de 80 a 120 procedimentos cirúrgicos por dia divididos durante os quatro turnos. As cirúrgias ortopédicas representam 80% da demanda e ocupam 4 das 14 salas de cirurgia do hospital.