Moradora há 30 anos no trecho de continuação da Avenida Ricardo Brandão, na Fernando Corrêa, ao lado da churrascaria Gaúcho Gastão, a dentista Marilene Palhares disse em audiência pública que ficou estarrecida quando comparou o montante anunciado na placa [obra de R$ 45 milhões] com o serviço feito no córrego Prosa. “Colocaram saquinhos de terra na parede do córrego e utilizaram mão de obra barata. A cada época de chuva, a terra descia e tudo desmoronava. Dizer que temos que mudar a Lei do Uso do Solo é suficiente? Essa enchente aconteceu perto do maior parque urbano da América Latina. Temos que rever e solicitar ao Ministério Público onde foram empregados esses R$ 45 milhões”, disse a moradora do Itanhangá Parque.

Marilene Palhares acredita que a enchente no córrego Vendas e também no Prosa resulta da falta de tubulação suficiente. Ela responsabiliza o poder público pela falta de escoamento da chuva e defende como medida urgencial a abertura de novas tubulações no trajeto do córrego Prosa.

“Antigamente a gente ouvia falar de enchente só na região do Guanandi. Em 1994 me lembro de um guarda que foi arrastado pela enchente e morto.Será que é a mudança climática a causa disso tudo? “, completa.

Participam do debate sobre as causas da destruição da Avenida Ricardo Brandão, no último sábado (27), na Capital, especialistas, MPE, vereadores e moradores da região atingida.