A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, reagiu hoje às declarações feitas no fim de semana pelo rival tucano José Serra, que disse considerá-la “cúmplice” das irregularidades que resultaram na demissão da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra. Descrita pelo tucano como “má administradora”, Dilma investiu na tese de que ninguém sabe tudo o que acontece dentro de seu governo ou mesmo de sua família.

“Ninguém sabe de tudo o que acontece na sua própria família. Ninguém sabe de tudo o que acontece no seu próprio governo”, disse Dilma, que devolveu a crítica feita pelo tucano citando denúncias sobre um suposto esquema de arrecadação que teria sido comandado pelo ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza. “Eu tenho visto que o presidente da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A) que ele (Serra) nomeou (no governo do Estado de São Paulo), sumiu com R$ 4 milhões da campanha dele (Serra)”, disse Dilma, lembrando reportagem publicada pela revista Isto É em agosto.

Dilma, que visitou o município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio, também rebateu notícia veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo. De acordo com a publicação, a empresa gaúcha Meta Instituto de Pesquisas teria contrato de R$ 5 milhões com a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência para avaliar os principais programas do governo federal que Dilma coordenava quando era ministra. A mesma empresa teria sido contratada pela petista – quando ela era secretária estadual de Minas e Energia no Rio Grande do Sul – em uma licitação onde só a Meta concorreu, em 1992.

“Me acusar em 2009 que a Secom contratou a Meta é, de fato, um absurdo, uma prova de má fé. Onde está a informação de que minhas contas foram aprovadas? Nunca tive uma conta reprovada na minha vida”, disse Dilma. A presidenciável também prometeu colocar no blog dela “todas as manifestações do Tribunal para evitar essa distorção escandalosa cometida contra mim pelo jornal Folha de S. Paulo”. Após a declaração, a petista leu o relatório do Ministério Público em que o órgão aprovava suas contas. De acordo com o jornal, o Tribunal de Contas da União bloqueou os contratos da Meta com a Presidência por 24 meses em 2009.