Em resposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, usou seu programa no horário eleitoral gratuito de ontem para criticar o governo federal e dizer que a adversária Dilma Rousseff (PT) “se esconde atrás de ministros e do presidente da República”, no episódio sobre a quebra de sigilo fiscal de seus familiares.

O tucano, no entanto, evitou bater boca diretamente com Lula, função delegada internamente a outros integrantes da campanha. Não mencionou o nome do presidente, mas atacou explicitamente o PT. Candidatos a deputado pelo PSDB foram convocados no começo da semana para gravar no estúdio da campanha de Serra comentários sobre o caso, levados ao ar também ontem.

“A pessoa que deve explicações ao Brasil se esconde atrás de ministros e até do presidente da República”, disse o tucano, referindo-se a Dilma, sem mencionar o nome da adversária. Serra gravou o programa na madrugada de ontem, depois de deixar o debate promovido pelo Estado e pela TV Gazeta. Ainda não há consenso na campanha se ele deve usar o programa para criticar Lula de forma mais incisiva. Políticos do PSDB foram escalados para rebater as declarações feitas pelo presidente na terça-feira, quando apareceu no programa de Dilma para atacar o tucano por relacionar as quebras de sigilo com a campanha petista.

Na TV, Serra retomou o termo “indignado”, desta vez a respeito da quebra de sigilo fiscal do genro, Alexandre Bourgeois. “Ninguém pode achar natural os abusos que estão ocorrendo nesta eleição”, disse. “Esses crimes no fundo não são contra mim ou minha campanha, não. São contra o Brasil, contra a Constituição e os eleitores.”